Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/10/2007
As ondas, as marés, a luz do Sol e o vento são todos fenômenos facilmente observáveis e que estão na crista da onda quando o assunto são fontes alternativas de energia.
Mas existe uma outra fonte nesta mesma categoria que pode ser aproveitada e que não pode ser percebida a olho nu - quando um rio despeja suas águas no oceano, há uma liberação gigantesca de energia, que tem todo o potencial para ser aproveitada para geração de eletricidade.
Energia da osmose
Para verificar a existência dessa energia - chamada de energia da osmose - basta colocar uma membrana capaz de reter íons de sal entre dois reservatórios, o primeiro contendo água doce e o segundo água do mar. Será imediatamente gerado um fluxo de água em direção à água salgada.
Se o compartimento que contém a água do mar estiver selado, a pressão no seu interior irá aumentar gradativamente até um máximo teórico de 26 bars, o equivalente a uma coluna de água de 270 metros de altura. Essa pressão pode ser então utilizada para a geração de eletricidade de forma ambientalmente correta.
Osmose retardada pela pressão
Na prática, o processo exige um controle rígido na pressão, em um processo chamado osmose retardada pela pressão. As pesquisas atuais indicam que é possível trabalhar-se com até metade da pressão teórica, que poderia então ser transformada em eletricidade.
Com base nessas pesquisas, que já consumiram 10 anos de trabalho, a empresa norueguesa Statkraft anunciou que irá começar a construir a primeira usina do mundo que irá gerar energia elétrica a partir da osmose. Segundo a empresa, quando a tecnologia estiver totalmente aprimorada, poderá ser utilizado um potencial de geração de eletricidade a partir da osmose que atinge 1.600 TWh em todo o mundo.
Usina piloto
"Nós levamos a tarefa de gerar energia limpa muito a sério, e a energia osmótica é uma tecnologia muito promissora na qual nós somos líderes mundiais. Ela é limpa, não emite poluentes e pode se tornar competitiva dentro de alguns poucos anos," afirmou o presidente da empresa, Bård Mikkelsen.
A usina piloto deverá gerar entre 2 e 4 kW de energia e deverá estar pronta até o final de 2008. Segundo Mikkelsen, esse protótipo funcionará como uma espécie de laboratório, no qual a empresa poderá aperfeiçoar a tecnologia e preparar-se para a construção de usinas comerciais movidas a osmose.