Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/10/2007
Conflitos eletrônicos
Um fenômeno descrito pelos cientistas como um caso de amor e ódio entre elétrons poderá revolucionar o campo da supercondutividade, ajudando os cientistas a entenderam os mecanismos básicos de seu funcionamento.
Os supercondutores já estão sendo utilizados em equipamentos de ressonância magnética e até em motores de navios e grandes transformadores elétricos.
O problema é que esses materiais capazes de transportar eletricidade sem qualquer resistência só funcionam em temperaturas criogênicas, e esse resfriamento tem impedido a disseminação de seu uso.
Supercondutividade flutuante
Agora, cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, descobriram um fenômeno que eles chamaram de supercondutividade flutuante, que ocorre em temperaturas até 50% mais altas do que aquelas nas quais a supercondutividade normal é destruída.
A flutuação da supercondutividade ocorre quando os elétrons ficam "indecisos" se eles se amam - e se emparelham para formar a supercondutividade - ou se odeiam - e se repelem, dando ao material a característica de isolante. Essa "indecisão dos elétrons" foi observada durante a transição de supercondutor para isolante de um material supercondutor orgânico - que possui carbono em sua composição.
Supercondutores exóticos
"Nós acreditamos que o efeito de flutuação poderá ser encontrado em muitos supercondutores nos quais o relacionamento 'amor e ódio' entre os elétrons é precisamente balanceado. Ele representa um importante passo na busca do entendimento dos supercondutores exóticos," diz o professor Arzhang Ardavan.
A experiência apresenta fortes evidências de que o efeito existe nos supercondutores tradicionais e que não é resultado de impurezas nos materiais estudados. Embora o efeito ainda exija temperaturas baixas, os cientistas acreditam que o avanço é importante para o entendimento dos fundamentos básicos da supercondutividade, que poderá levar à construção de supercondutores que funcionem a temperatura ambiente.