Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/01/2007
Um engenheiro da Universidade Eindhoven, Holanda, desenvolveu uma nova técnica de limpeza que poderá permitir o aproveitamento de cerca de 16% das reservas mundiais de gás natural. Esse é o percentual das reservas que produzem um gás que não pode ser aproveitado por ser muito contaminado. O novo processo funciona por meio da separação centrífuga de gases.
Estas reservas de gás são contaminadas com CO2 e H2S (sulfeto de hidrogênio). Os processos atuais de limpeza - que utilizam técnicas de absorção seletiva e membranas - são muito limitados e anti-econômicos. Se o nível de contaminação do gás for superior a 15%, eles consomem mais energia do que a energia contida no gás que eles disponibilizam.
Com a nova técnica, desenvolvida pelo engenheiro Van Wissen, é possível limpar gases altamente contaminados (contendo de 15% até 70% de CO2 e H2S), gerando um gás intermediário com apenas 5% de contaminação. Os processos tradicionais podem então ser aplicados, com um gasto mínimo de energia, para produzir um gás totalmente puro.
O segredo do equipamento desenvolvido por Wissen é um tanque de expansão. Neste tanque, o gás contaminado se expande muito rapidamente, resultando em uma condensação das partículas de CO2 e H2S. Esse condensado pode ser comparado a uma pequena nuvem de vapor que aparece quando se abre uma garrafa de champagne.
O gás natural e as gotículas condensadas fluem para um cilindro rotativo, feito de um grande número de pequenos canais. A força centrífuga empurra as gotículas condensadas dos contaminantes para o lado externo dos canais, efetuando a separação. O protótipo construído é capaz de processar 60 m3 de gás por hora. A empresa Shell irá financiar a construção de uma planta-piloto com a nova tecnologia.