Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/12/2006
Etileno, uma molécula comum e barata, presente na maioria dos plásticos comuns, pode ser a chave que os cientistas estavam procurando para conseguir armazenar hidrogênio em forma sólida para abastecer os carros do futuro. Este é o segundo avanço na área anunciado em poucos dias ( veja Armazenamento sólido de hidrogênio tem mais um avanço).
A molécula de etileno é formada por quatro átomos de hidrogênio ligados a um par de átomos de carbono. O que cientistas norte-americanos e turcos, trabalhando conjuntamente, descobriram é que, conectando um átomo de titânio em cada uma das extremidades opostas da molécula faz com que ela passe a absorver até 20 átomos de hidrogênio.
A liberação do hidrogênio pode ser feita simplesmente aquecendo-se a molécula.
As moléculas de hidrogênio absorvidas representam cerca de 14 por cento do peso total do composto etileno-titânio. Isto é mais do que o dobro do patamar mínimo de 6,5%, marcado como o limite da viabilidade econômica de qualquer forma de armazenamento sólido de hidrogênio.
"O sucesso das tecnologias futuras do hidrogênio e das células a combustível é criticamente dependente da descoberta de novos materiais que possam armazenar grandes quantidades de hidrogênio em condições ambientais," explica Taner Yildirim, um dos cientistas participantes do estudo.
O grupo de cientistas estava pesquisando justamente materiais de última geração, principalmente nanotubos de carbono recobertos com titânio. Mas, para surpresa geral, acabaram por descobrir que a solução pode estar na "simplória" molécula de etileno.
Um dos grandes problemas com as pesquisas nesta área é que os materiais realmente novos, como os nanotubos de carbono, são difíceis de sintetizar, o que muitas vezes inviabiliza a construção de protótipos que possam ser testados em escala real. Isso não deverá acontecer com o novo composto de etileno-titânio.