Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/12/2006
A economia do hidrogênio deverá ser a grande substituta da atual economia do petróleo. Pelo menos esta é a expectativa de engenheiros e cientistas do mundo todo. Mas, antes que isso seja possível, é necessário viabilizar técnica e economicamente uma forma de se produzir hidrogênio que não utilize... derivados de petróleo.
Hidrogênio a partir da luz solar
É exatamente isto o que fizeram pesquisadores das Universidades de Waseda, Japão, e Imperial College, Inglaterra. Trabalhando conjuntamente, eles utilizaram duas moléculas que ocorrem naturalmente no sangue humano, fizeram nelas uma reengenharia genética e conseguiram produzir hidrogênio, quebrando moléculas de água, a partir da luz do Sol.
Outros pesquisadores já apresentaram soluções que utilizam energia solar para produzir hidrogênio, para com enfoques bastante diferentes. Veja: Hidrogênio para células a combustível gerado por energia solar e Nanotubos de porfirina quebram molécula de água para produzir hidrogênio.
Sangue geneticamente modificado
Inicialmente os pesquisadores sintetizaram um complexo molecular a partir da albumina, uma proteína presente no sangue humano, e da porfirina, uma molécula que transporta o oxigênio pelo nosso corpo e é responsável pela coloração vermelha do nosso sangue.
Em seu estado natural, a porfirina possui um átomo de ferro no centro de sua estrutura. Os cientistas modificaram essas moléculas, substituindo o átomo de ferro por um átomo de zinco. Isso alterou radicalmente as propriedades químicas da molécula.
Esta porfirina modificada foi então combinada com a albumina, depois que esta também recebeu modificações em sua estrutura original. O complexo molecular sintético resultante é sensível à luz. Ele captura os fótons da luz do Sol e utiliza sua energia para quebrar as moléculas de água, liberando o hidrogênio e o oxigênio na forma de gás.
Os cientistas agora precisam aprimorar o processo de produção de seus complexos moleculares sintéticos, assim como aumentar a eficiência do processo. Segundo eles, mais uma trilha de pesquisas se abriu, embora vários anos de pesquisas adicionais possam ser necessárias até que se chegue a aplicações industriais.