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Energia

Estômago das vacas é uma célula a combustível microbiana

Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/09/2005

Estômago das vacas é uma célula a combustível microbiana

A sociedade atual precisa de cada vez mais energia, mas não está disposta a conviver com uma geração de eletricidade que polua o meio- ambiente. Nada verdade, se não houver uma forte preocupação com a geração de uma energia limpa, pode-se passar rapidamente de uma questão de convivência para uma mais drástica, de sobrevivência.

Embora o termo "energia limpa" possa parecer inadequado, cientistas da Universidade de Ohio, Estados Unidos, estão caminhando no sentido de buscar alternativas para a geração de energia que não polua o meio-ambiente: eles descobriram que podem gerar eletricidade a partir das bactérias que vivem no estômago das vacas.

A partir de um litro de rúmem, o líquido fermentado encontrado no maior compartimento do estômago dos bovinos, os cientistas foram capazes de gerar cerca de 1.200 milivolts, o equivalente a uma pilha AA pequena.

Gerar energia a partir de dejetos bovinos não é nenhuma novidade. Mas o aproveitamento que se faz hoje consiste na fermentação das fezes dos animais, gerando metano. Embora interessante do ponto de vista de propriedades individuais, a alternativa não é viável em larga escala, pelos altos custos dos equipamentos envolvidos.

Agora, também não se está pensando em plugar cada bovino a um poste para se retirar dele sua "energia". Ao invés disso, os cientistas estão interessados nas bactérias que vivem no rúmem, elas sim, as verdadeiras responsáveis pela geração de eletricidade.

A geração de eletricidade é feita quando as bactérias quebram as complexas moléculas de celulose, o principal componente do pasto ingerido pelas vacas, liberando elétrons.

Depois de retirado do estômago de uma vaca, por método cirúrgico, o líquido foi colocado em recipientes de vidro esterilizados. Estas câmaras de vidro foram separadas por um material especial que permite que os prótons se movam da câmara negativa (anodo), para a câmara positiva (catodo). Esse movimento dos prótons, juntamente com o movimento dos elétrons ao longo do resistor e do fio que conectam os dois eletrodos, criam a corrente elétrica.

A câmara do anodo foi preenchida com o fluido do estômago da vaca e com celulose, que serve como alimento para os microorganismos. A câmara do catodo foi preenchida com ferrocianeto de potássio, um composto químico que age como agente oxidante, fazendo funcionar a célula microbiana.

Embora a voltagem gerada seja pequena, os cientistas afirmam que poderão aumentá-la quando aprenderem a isolar e concentrar as bactérias. Além disso, uma célula microbiana que possa ser abastecido simplesmente com restos vegetais - ou celulose - deverá ser muito barata de se operar.

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