Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/06/2005
Engenheiros do Instituto Paul Scherrer, Suíça, conseguiram romper uma das maiores barreiras ao uso disseminado da energia solar: eles provaram ser técnica e economicamente viável o armazenamento da energia elétrica gerada a partir da luz do sol. O que mais chama a atenção é o fato de que a energia elétrica foi armazenada em um metal e não em baterias químicas.
Eles colocaram em operação uma planta-piloto de 300 kilowatts para a produção de zinco, um metal largamente utilizado para cobertura de chapas de aço e na fabricação de pilhas. A energia solar foi aproveitada em um reator que atinge temperaturas de 1.200 graus Celsius. O reator, fabricado na Suiça, foi instalado em uma indústria em Israel.
A redução do óxido de zinco, gerando o zinco metálico puro, é uma forma interessante de se armazenar quimicamente a energia do sol: além de poder ser utilizada quando for necessária, ela pode ser transportada. O zinco pode ser utilizado tanto para a fabricação de baterias como para a produção de hidrogênio, reagindo com vapor de água. Em ambos os casos o zinco se recombina com o oxigênio, gerando novamente o óxido de zinco original. Esse, por sua vez, pode voltar ao início do processo.
"Após testes exaustivos com protótipos de reatores em nosso forno solar, [...] começou a funcionar com sucesso nossa planta-piloto, no Instituto de Ciências Weizmann, em Rehovot, próximo a Tel Aviv," comemorou Christian Wieckert, coordenador do projeto.
Os primeiros testes da usina solar de geração de energia elétrica empregaram 30 por cento da energia solar disponível, produzindo 45 quilos de zinco por hora, um volume superior ao esperado inicialmente. Para que se compare às plantas tradicionais de produção de zinco, os pesquisadores afirmam ser necessário atingir uma eficiência entre 50 e 60 por cento.
O sucesso deste projeto solar abre caminho para o emprego em larga escala de um processo termoquímico, no qual a energia solar pode ser armazenada e transportada na forma de um combustível químico.
No processo, o zinco é combinado com carvão, coque ou biomassa de carbono, que agem como um agente reativo. A eficiência do novo reator permite que o agente reativo utilizado seja apenas metade daquele empregado nas operações tradicionais.
Os raios do sol são concentrados diretamente sobre a mistura de minério de zinco e reagentes por meio de um sistema de espelhos. O zinco se forma como gás, sendo recolhido e condensado, gerando um pó.