Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/05/2005
As ineficientes lâmpadas incandescentes tornaram-se obsoletas depois do surgimento das lâmpadas fluorescentes compactas. Mas estas não deverão reinar por muito tempo: vêm aí as "lâmpadas sólidas", a geração futura dos já conhecidos LEDs ("Light Emmitting Diode"), as pequenas lâmpadas hoje presentes em todos os aparelhos eletrônicos.
As fontes de luz de estado sólido, que estão em fase de desenvolvimento, têm o potencial não apenas de uma eficiência energética muito superior às já comuns lâmpadas fluorescentes compactas, ou PL, como também poderão abrir campos de aplicação inimagináveis para suas antecessoras.
Em um artigo publicado na última sexta-feira (27/05), na revista Science, E. Fred Schubert e Jong Kyu Kim, do Instituto Politécnico Rensselaer, Estados Unidos, descreveram uma nova técnica que estão desenvolvendo, que deverá transformar as lâmpadas de estado sólido em "lâmpadas inteligentes."
As lâmpadas inteligentes deverão impactar áreas tão diversas quanto a medicina, o imageamento de corpos e objetos, os transportes, as comunicações e até mesmo a agricultura. A capacidade de controlar as propriedades básicas da luz - incluindo a distribuição espectral, a polarização e a temperatura da cor - irá permitir que essas novas lâmpadas ajustem-se aos seus ambientes, desempenhando funções que hoje são inimagináveis com as lâmpadas fluorescentes e incandescentes.
Por exemplo, essas novas fontes inteligentes de luz têm o potencial para ajustar o ritmo circadiano do ser humano - nossos ciclos de dormir e acordar -, permitindo que nos adaptemos a variações nos horários de trabalho, ou permitir que um automóvel se "comunique" de forma imperceptível com o veículo da frente, ou até mesmo possibilitar o crescimento de morangos em climas gelados.
Os LEDs já oferecem vantagens em termos de economia de energia quando comparados com as atuais fontes de luz, já que são beneficiados por leis básicas da física: esses princípios fundamentais colocam barreiras muito maiores à eficiência das lâmpadas tradicionais do que às lâmpadas de estado sólido.
Em teoria, lâmpadas de estado sólido construídas de materiais perfeitos podem ter a mesma luminosidade de uma lâmpada comum de 60 watts, gastando apenas 3 watts. Na prática, os novos semáforos de LED consomem apenas um décimo da energia dos antigos sinalizadores de trânsito.
Mas é a possibilidade de controlar as propriedades básicas da luz, como conteúdo espectral, padrão de emissão, polarização, temperatura da cor e intensidade que dá a essas novas fontes de luz a capacidade de desempenhar funções inteiramente novas.
Em seu artigo, os professores Schubert e Kim destacam algumas dessas novas fronteiras: