Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/09/2004
Energia do monóxido de carbono
O monóxido de carbono, ou CO, tem sido uma barreira técnica quase intransponível rumo à operação eficiente de células a combustível.
Mas agora, químicos e biólogos da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, não apenas parecem ter eliminado essa barreira mas também descobriram um método para capturar a energia do monóxido de carbono.
Para serem úteis em uma célula a combustível, os hidrocarbonos, como a gasolina, gás natural ou etanol, devem antes ser reformados em um gás rico em hidrogênio. Um passo crítico nesse processo exige a geração de vapor e sua reação com o CO. Esse passo, chamado alteração água-gás, produz hidrogênio e dióxido de carbono (CO2).
O professor James Dumesic e seus colaboradores Won Bae Kim, Tobias Voitl e Gabriel Rodriguez-Rivera eliminaram a reação água-gás do processo, acabando com a necessidade de transporte e vaporização da água na produção de energia para aplicações portáteis.
Monóxido de carbono versus hidrogênio
Os cientistas utilizaram um composto químico chamado polioxometalato para oxidar o CO em água à temperatura ambiente, ou seja, sem a necessidade de geração de vapor. O composto não apenas remove o CO mas também converte o conteúdo energético do monóxido de carbono em um líquido que pode ser utilizado a seguir para abastecer uma célula a combustível.
"O CO tem essencialmente a mesma energia que o hidrogênio," explica o professor Dumesic, acrescentando que o novo processo é especialmente promissor para a produção de energia elétrica a partir de hidrocarbonos oxigenados derivados de biomassa - tal como o etileno glicol derivado do milho - porque estes combustíveis geram H2 e CO praticamente nos mesmos volumes.
O hidrogênio pode ser utilizado diretamente em uma célula a combustível PEM operando com cerca de 50 por cento de eficiência. E o CO pode ser convertido em eletricidade por meio do novo processo que os pesquisadores desenvolveram.