Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/09/2004
A empresa japonesa Peccell Technologies apresentou ontem uma nova célula fotoeletroquímica sensibilizada por corante - capaz de transformar energia solar em eletricidade, como as células fotovoltaicas - capaz de gerar mais de 4 volts de energia. As células atuais não geram mais do que 0,5 volt, sendo necessárias várias delas montadas em um painel para se atingir tensões e potências úteis.
Célula solar DSC
Trata-se de uma DSC ("Dye-sensitized Solar Cell"), com eletrodos feitos de uma pasta especial de óxido de titânio. O principal desenvolvimento consistiu no controle em nano-escala das dimensões das partículas que formam esta pasta. Cada partícula mede entre 10 e 500 nanômetros.
A diminuição do tamanho das partículas aumenta exponencialmente a área do material, permitindo que uma quantidade maior de corante seja absorvido pela partícula. A maior área recoberta de corante sensível à luz significa uma quantidade muito maior de fótons capturados, o que permitiu o incrível aumento na tensão gerada pela célula.
Na célula DSC, um fluxo de elétrons excitados, resultantes da absorção da luz do sol pelo corante, é levado aos eletrodos feitos de partículas semicondutoras, inclusive de óxido de titânio, causando uma força eletromotora - a conversão de fótons para elétrons.
A DSC é um dos tipos de células fotovoltaicas de mais baixo custo atualmente, sendo a mais forte candidata para substituir as células tradicionais de silício.
Além disso, as novas células são totalmente flexíveis, gerando painéis leves e mesmo permitindo sua montagem em outras estruturas. Sendo um filme plástico, os painéis solares poderão ser produzidos em qualquer formato e cor, podendo ser integrados facilmente a projetos arquitetônicos ou aparelhos eletrônicos portáteis.
A pesquisa foi coordenada pelo professor Tsutomu Miyasaka, da Universidade de Yokohama, Japão. A Peccel espera colocar as novas células fotovoltaicas no mercado em 2006.