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Energia

Pesquisadores desenvolvem gerador hidrelétrico de baixo custo

Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/05/2004

Pesquisadores desenvolvem gerador hidrelétrico de baixo custo

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveu uma tecnologia que pode resolver o problema de abastecimento de energia elétrica em pequenas comunidades ribeirinhas. As turbinas hidrocinéticas - nome do invento, que funciona como uma espécie de minihidrelétrica - prometem se tornar fontes seguras, baratas, ecológicas e estáveis de geração de energia.

Uma turbina hidrocinética consiste em um cilindro oco de metal, de tamanho variado - protótipos em teste hoje variam de quatro a nove metros de comprimento -, com uma hélice acoplada em seu interior. Suspensa por um braço mecânico instalado na margem ou flutuando em bóias no meio de um rio, a máquina aproveita a própria correnteza para girar a hélice e acionar um gerador de energia.

O professor Franco Morale, do Departamento de Engenharia Mecânica da UnB e um dos coordenadores do projeto, explica que o potencial de geração de energia de uma turbina hidrocinética varia de acordo com o rio onde é instalada. Mas que uma dessas máquinas é capaz de gerar até 20KW/h ou 14,4 mil KW/h por mês, o suficiente para abastecer cerca de 100 residências de classe média por mês.

"Colocou a máquina no rio, ela começa a gerar energia. Não tem que fazer barragem ou mexer com o meio ambiente", diz Franco Morale. O professor explica que o custo inicial da máquina é relativamente alto, cerca de R$ 20 mil, mas recompensado por vários fatores.

O primeiro é o baixo custo ambiental: além de não precisar de grande obras de engenharia para funcionar, com perigo de alteração na flora e fauna local, as turbinas hidrocinéticas são projetadas de forma que tanto peixes de grande porte quanto outros menores não corram perigo de sofrer um acidente com as pás da hélice.

O segundo fator positivo do projeto é a sua durabilidade e manutenção econômica: uma turbina tem vida média projetada de 30 anos, com produção ininterrupta de energia. A única manutenção deve ser feita a cada seis meses: "De tempo em tempo a pessoa só precisa tirar a máquina da água e trocar peças que não valem mais de dez reais. Em meia hora, no máximo, está tudo resolvido e funcionando", explica o pesquisador.

O terceiro fator é a adequabilidade do invento. As turbinas podem ser instaladas praticamente em qualquer rio com correnteza. Adaptações para aproveitar quedas d'água ou pequenos desníveis são possíveis e só aumentam a potência gerada. Além disso, as máquinas podem ser instaladas em série, para atender a demandas maiores.

Um dos próximos passos dos pesquisadores será tentar comercializar o equipamento. Possíveis compradores são os proprietários de fazendas ou terrenos rurais próximos a rios e, principalmente, parcerias com o governo para levar a energia elétrica a pontos isolados do país.

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