Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/12/2003
Pesquisadores da Universidade de Massachusetts (Estados Unidos) deram mais um passo rumo à ampla utilização das células a combustível para a geração de eletricidade. O uso mais esperado das células a combustível está no abastecimento de motores elétricos em automóveis, que deverão substituir os atuais motores a combustão, alimentados por derivados do petróleo.
As células a combustível deverão ser alimentadas por hidrogênio, um dos gases mais abundantes da Terra, e seu funcionamento não irá gerar nenhum poluente. O problema é que o hidrogênio não ocorre livremente na atmosfera, mas sim combinado com o oxigênio, formando a água. Antes de utilizá-lo como combustível, é necessário separá-lo do oxigênio.
A nova descoberta utiliza outra energia renovável, a luz solar, para retirar o hidrogênio da água. A maior parte do hidrogênio hoje produzido utiliza a queima de gás natural para gerar um processo químico chamado reforma. Os críticos dessas técnicas têm razão ao argumentar que substituir carros a gasolina por hidrogênio produzido pela queima de outro derivado do petróleo não trará benefícios para a sociedade.
Os processos que utilizam energia solar, por outro lado, utilizam a energia elétrica gerada por células fotovoltaicas para separar o hidrogênio e o oxigênio. Estas células captam os fótons da luz solar e os utilizam para colocar elétrons em movimento; elétrons em movimento são a definição básica de eletricidade. Esses processos atualmente atingem apenas cerca de 18% de eficiência.
O aparato construído pelo Dr. Licht é inovador ao utilizar também a porção infravermelha do espectro solar e não apenas os fótons. Os raios infravermelhos geram calor, capaz de aquecer a água a até 600º C. Nesse momento o vapor d'água é injetado em uma solução alcalina e forçado a se dividir em hidrogênio e oxigênio utilizando a energia elétrica gerada pelos fótons. O processo todo atinge uma eficiência de 30%, significativamente mais do que os atuais 18%.
A descoberta será publicada no exemplar de Dezembro da revista Chemical Communications.