Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/04/2003
A ampliação do uso da energia solar, uma fonte renovável e limpa, está mais próxima da realidade, graças a uma pesquisa feita na Inglaterra. A pesquisa mostrou como o custo da geração de eletricidade a partir da luz solar pode ser reduzido, estabelecendo as bases para a expansão do uso dessa energia sustentável. O projeto foi conduzido por um grupo de físicos, químicos, cientistas dos materiais e engenheiros da Universidade Hallam Sheffield (Inglaterra).
A geração de eletricidade através da interação do calor e da luz do Sol com semicondutores é chamada de fotovoltaica. Embora os benefícios da energia fotovoltaica sejam bem conhecidos, a adoção da tecnologia tem sido limitada pelo custo relativamente alto das células solares, os componentes que levam esses semicondutores.
O grupo de pesquisadores ingleses vem explorando uma série de alternativas com o objetivo de reduzir os custos da energia fotovoltaica. Isso inclui o uso de métodos mais baratos de produção de semicondutores, chamados de métodos por eletrodeposição, menor dependência de materiais semicondutores caros, além da identificação de dispositivos fotoelétricos alternativos e o aumento da taxa de conversão da luz em eletricidade.
Altas taxas de eficiência na conversão luz-eletricidade significa que mais energia poderá ser gerada por célula, reduzindo o custo de cada unidade de eletricidade (watt) gerada. No passado, as limitações na compreensão dos princípios científicos fundamentais da energia fotovoltaica fizeram com que esta eficiência passasse de 15,9% em 1.992, para apenas 16,5% em 2.001. Estes dados referem-se a células produzidas com telureto de cádmio. Há experimentos com materiais exóticos, mas muito mais caros, que atingem taxas significativamente maiores. Mas no caso atual, os pesquisadores estão trabalhando com materiais comercialmente viáveis.
Ao formular um novo modelo para explicar como as células solares funcionam, a equipe de pesquisadores conseguiu ampliar o entendimento desse funcionamento. O resultado prático foi uma eficiência de 18% para as novas células. Isto abre perspectivas para que novas células solares sejam disponibilizadas comercialmente com taxas de conversão muito maiores do que as atualmente disponíveis.
O Dr. I.M.Dharmadasa, líder do grupo de pesquisadores, afirma: "Nós já registramos duas patentes e estamos preparando o relatório final da terceira patente resultante de nosso trabalho, mas há ainda muita ciência para ser explorada que poderá aumentar a eficiência de conversão para mais de 20% no futuro próximo."