Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/10/2007
Os sensores já estão por toda parte, desde os mais simples, monitorando o nível de água das máquinas de lavar, até aqueles tecnologicamente mais avançados, capazes de monitorar a integridade estrutural aos aviões.
Sensores no corpo humano
Essa versatilidade chama a atenção dos pesquisadores da área de saúde há muito tempo, que gostariam de tirar proveito dos sensores para o monitoramento de diversas funções do corpo humano.
Se pressão ocular, por exemplo, fica muito alta, as fibras do nervo óptico morrem, resultando em perdas parciais de visão ou até mesmo na cegueira completa. O problema é que o glaucoma - a pressão intraocular elevada - não causa dor e geralmente só é detectada muito tarde. A catarata é outra conseqüência comum da elevação da pressão interna dos olhos. E o mecanismo é o mesmo para quem sofre de hipertensão arterial.
Monitoramento da pressão
Agora, cientistas do Instituto Fraunhofer, na Alemanha, estão desenvolvendo um novo sensor que, quando totalmente pronto, poderá monitorar em tempo integral não apenas a pressão intraocular, mas também a pressão sangüínea, do cérebro e até da bexiga, disparando um alarme assim que esses indicadores subam acima dos níveis de segurança.
O sensor, medindo 2,5 por 2,6 milímetros, foi incorporado em uma lente de contato. "Isso não atrapalha a visão do paciente," explica o Dr. Thomas van den Boom, coordenador da pesquisa.
Sensor nos olhos
As partes de cima e de baixo do sensor são formadas por eletrodos. Os eletrodos superiores - que ficam voltados para o olho - são flexíveis e os inferiores são rígidos. Quando a pressão intraocular aumenta, os eletrodos flexíveis são empurrados em direção aos eletrodos fixos, alterando a capacitância do circuito - essa capacitância, medida constantemente pelo circuito eletrônico do sensor, é o indicador que aponta se as coisas vão bem ou se o paciente precisa ir rapidamente para o médico.
Utilizando uma minúscula antena, o sensor envia o valor da pressão intraocular para um leitor que fica fixo na armação dos óculos, permitindo a leitura precisa da informação. O esquema utilizado é o mesmo das etiquetas RFID, que ficam em estado de hibernação quando não estão sendo utilizadas. Quando um leitor se aproxima, o circuito utiliza a energia das ondas eletromagnéticas desse leitor para sair do modo de stand-by e transmitir os dados.
Hipertensão
Os testes clínicos com o sensor ocular já começaram e os cientistas esperam que ele possa chegar ao mercado em dois ou três anos. Ele poderá ser utilizado também no interior de vasos sangüíneos, monitorando continuamente a pressão arterial dos pacientes.
Outras possibilidades de uso são para pessoas que possuem incontinência urinária, já que ele pode monitorar a pressão no interior da bexiga, assim como para portadores de alta pressão intracraniana.