Instituto Weizmann de Ciências - 06/09/2007
Freqüentemente as coisas podem ser melhoradas com um pouquinho de "contaminação": o aço, por exemplo, nada mais é do que o ferro com uma pequena mistura de carbono.
Dopagem
Também, para produzir os modernos materiais para a eletrônica, pequenas quantidades de impurezas são introduzidas no silício - um processo chamado dopagem. São essas impurezas que permitem que a eletricidade flua através do semicondutor e permite aos projetistas controlar as propriedades eletrônicas do material.
Agora, cientistas do Instituto Weizmann de Ciências, em Israel, juntamente com colegas dos Estados Unidos, conseguiram pela primeira vez implementar a dopagem no campo da eletrônica molecular - que está viabilizando o desenvolvimento de componentes eletrônicos feitos de camadas de compostos orgânicos com apenas uma molécula de espessura.
Eletrônica molecular
Esses componentes poderão ser baratos, biodegradáveis, versáteis e fáceis de se manipular. O principal problema com a eletrônica molecular, contudo, é que os materiais orgânicos devem primeiramente ser fabricados suficientemente puros e, a seguir, deve-se descobrir formas para dopar com precisão esses sistemas incrivelmente delicados.
Foi isto que a equipe do professor David Cahen fez. Eles demonstraram que essa "contaminação" é realmente possível, depois que a camada molecular é purificada até um nível em que as impurezas restantes não afetem seu comportamento elétrico.
Componentes orgânicos
Os cientistas doparam as monocamadas "limpas" irradiando sua superfície com luz ultravioleta ou com fracos feixes de elétrons, alterando as ligações químicas entre os átomos de carbono que formam a camada molecular. Essas ligações determinam, em última instância, o transporte eletrônico através das moléculas.
Os pesquisadores prevêm que esse novo método poderá permitir aos cientistas e engenheiros eletrônicos ampliar substancialmente o uso dessas monocamadas orgânicas no campo da nanoeletrônica, construindo novos componentes eletrônicos orgânicos.