Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/11/2006
Os primeiros testes clínicos com um dispositivo eletrônico implantável está dando excelentes resultados no controle da pressão arterial em pacientes que sofrem de hipertensão grave e não conseguem mais controlar sua saúde com medicamentos ou com alterações no estilo de vida.
Os testes estão sendo feitos no Centro Médico da Universidade de Rochester, Estados Unidos, sob a coordenação do Dr. John Bisognano, utilizando um equipamento desenvolvido em conjunto com a empresa CVRx.
Os médicos esperam que o novo aparelho implantável apresente bons resultados em pacientes com pressão sistólica acima de 160 mmHg. Cada elevação de 20 mmHg na pressão sistólica ou 10 mmHg na pressão diastólica faz com que dobre o risco de morte por doenças coronárias ou outras causas vasculares, como o AVC. Hoje, os remédios já não são mais eficientes para o controle da hipertensão de cerca de 25% dos pacientes.
"O sistema Rheos é um novo equipamento que ativa o barorreflexo, o sistema do próprio organismo que regula a pressão sangüínea," diz o Dr. Bisognano. Os testes iniciais contaram com a participação de 10 voluntários. Com os bons resultados, uma nova rodada de testes, desta vez com um número bem maior de voluntários, antes que o aparelho possa ser aprovado para comercialização.
O aparelho funciona ativando eletricamente o sistema barorreflexo nas artérias carótidas, que ficam no pescoço. Estimulações elétricas de baixo nível fazem com que sinais sejam enviados até o cérebro, pedindo para que ele entre em ação baixando a pressão sangüínea. O cérebro faz isto por meio de uma série de mecanismos, incluindo a dilatação dos vasos sangüíneos, a redução do ritmo cardíaco e a excreção de líquidos pelos rins.
Ou seja, o equipamento utiliza um método inteiramente fisiológico, permitindo que o cérebro dirija todo o procedimento que fará a pressão baixar.
O aparelho consiste em um gerador implantável alimentado por baterias, que é inserido sob a pele próximo à clavícula, e responsável pelo envio dos sinais para as carótidas. Embora o processo de implante seja um pouco mais complexo, o procedimento cirúrgico não difere grandemente do implante de um marca-passos cardíaco.