Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/11/2006
Grande parte do trabalho feito diariamente pelos Correios já está automatizado, graças ao código de endereçamento postal, o nosso conhecido CEP. Mas, em comparação com outros trabalhos de logística, a automação poderia ser bem maior, aumentando a velocidade na entrega das correspondências e diminuindo os custos.
Uma das maiores dificuldades na automação das tarefas de entrega de correspondências e encomendas está no fato de que o mesmo envelope ou pacote deve ser lido indistintamente por pessoas e máquinas - ambos devendo retirar do pacote exatamente a mesma informação. E os códigos de barras já atingiram seus limites na tarefa de permitir que as máquinas saibam do que se trata o texto escrito nas etiquetas de endereçamento.
Pensando nisto, pesquisadores do Instituto Fraunhofer, Alemanha, criaram uma nova etiqueta RFID - "Radio Frequency IDentification", ou identificação por rádio-freqüência, uma etiqueta contendo um minúsculo microchip capaz de guardar uma quantidade de informações muito maior do que é possível colocar em um código de barras - com a grande vantagem de que a informação pode ser lida automaticamente à distância por leitores sem fio, sem a necessidade de que o pacote seja colocado na frente de um visor a laser. Alguns tipos de etiquetas RFID permitem até mesmo que a informação seja atualizada à medida em que a mercadoria vai passando em cada etapa ou ponto de checagem.
A nova etiqueta RFID para utilização nos Correios tem ainda uma vantagem adicional: ela incorpora uma pequena tela de cristal líquido. Com isto, não apenas os equipamentos automatizados conseguem ler todos os dados do pacote, mas os carteiros também podem visualizá-la sem necessidade de nenhum equipamento, já que as informações são mostradas na tela.
As etiquetas, que podem ser lidas tanto eletronicamente quanto visualmente, foram batizadas de D-RFID, com o D equivalendo a "display" ou tela. Elas não têm baterias e a energia para seu funcionamento é fornecida pelo equipamento de leitura sem fio. A energia chega à etiqueta na forma de ondas eletromagnéticas emitidas pelo leitor.
Devido ao custo elevado, as etiquetas D-RFID serão reutilizáveis e deverão operar por um período entre quatro e cinco anos. Seu principal uso deverá ser nos contâineres, grandes caixas que empacotam várias correspondências para destinos comuns.
Os engenheiros afirmam que as etiquetas de rádio-freqüência dotadas de tela deverão estar prontas para uso prático em 2008.