Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/09/2006
Uma nova técnica, capaz de fazer com que os cristais líquidos se alinhem verticalmente de forma autônoma, poderá permitir o desenvolvimento de telas planas mais baratas. Embora já estejam largamente disseminadas, as telas de cristal líquido (LCD) ainda são de construção complexa - o que as torna caras.
Nas telas LCD, uma rede de transistores controla os cristais líquidos, que têm suas características ópticas alteradas em resposta a alterações nos sinais elétricos controlados pelos transistores.
Seu processo de fabricação é complexo, envolvendo uma grande seqüência de passos - e, por decorrência, aumentando a chance de defeitos. Um passo específico, chamado de emborrachamento, utiliza uma película de polímero para criar o alinhamento dos cristais líquidos entre as duas camadas de vidro onde eles operam. A aplicação dessa camada pode danificar alguns transistores e introduzir poeira no interior da tela, diminuindo o rendimento do processo produtivo.
Agora, pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia, Estados Unidos, adicionaram cadeias laterais às moléculas de polímero, eliminando a necessidade da etapa de emborrachamento.
A nova técnica utiliza a fotopolimerização "in-situ" de monômeros de acrilato de alcila na presença de cristais líquidos nemáticos para criar uma matriz celular de gotas de cristal líquido. A estrutura química do polímero resultante controla o alinhamento das moléculas de cristal líquido. Durante o procedimento, as moléculas se alinham automaticamente.
Além de simplificar o processamento das telas LCD, o novo processo poderá ser utilizado em novos tipos de redes de difração. E, como os cristais líquidos ficam alinhados verticalmente, o estado desligado dos pixels fica completamente escuro. Outra vantagem é a forte ligação que os cristais líquidos induzem entre as duas camadas superficiais, o que poderá permitir a construção de telas mais robustas, menos sujeitas a deformações mecânicas e pressões.
Embora ofereça várias vantagens, antes de chegar ao mercado o novo processo deverá demonstrar a mesma confiabilidade de funcionamento de longo prazo, o que exigirá o prosseguimento das pesquisas.