Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/08/2006
Em corridas de bicicleta, como na maioria dos esportes, milésimos de segundo podem fazer a diferença entre a vitória e a derrota. Cada detalhe conta, tanto em termos de equipamento quanto, e principalmente, em termos de rendimento do atleta.
Agora, cientistas húngaros e alemães estão utilizando uma nova tecnologia para monitorar continuamente o desempenho dos atletas, permitindo que os técnicos dêem orientações baseando-se no rendimento real de cada um, em cada momento específico.
A tecnologia é a Inteligência Ambiental - um sistema formado por sensores e computadores, capaz de monitorar tudo o que acontece num determinado ambiente. Neste caso, o ambiente é formado por um corredor e sua bicicleta, subindo uma montanha íngreme ou descendo uma ladeira numa corrida desabalada.
Imagine o primeiro caso: o corredor está pedalando o mais forte que pode; mas seu pulso está acelerando e o ritmo das pedaladas diminuindo. Este é o momento no qual o ácido lático começa a se formar nos músculos do atleta, causando um declínio rápido em seu desempenho.
Antes mesmo que o próprio corredor perceba sua queda de desempenho, o técnico transmite-lhe por rádio uma instrução para que ele dê passagem a outro membro da equipe. "A Inteligência Ambiental tornará possível monitorar constantemente e melhorar o desempenho de corredores individuais e de toda a equipe," diz o Dr. Martin Becker, coordenador do projeto Bel-Ami.
A rede de sensores, atuadores, computadores e dispositivos de comunicação - ou seja, o sistema de Inteligência Ambiental - já provou seu valor em laboratório, permitindo o treinamento simultâneo de até 10 atletas, que apresentaram sensível melhoria no desempenho.
Cada bicicleta contém equipamentos que monitoram constantemente a força nos pedais, a freqüência das pedaladas, a velocidade e a inclinação do terreno, além das informações sobre o corredor. Essas informações são enviadas a um processador na própria bicicleta, sendo daí transmitidas automaticamente para o computador do técnico.
"Nosso objetivo é tornar o sistema tão amigável que os ciclistas possam usá-lo sem se distraírem," diz Becker. Os cientistas húngaros desenvolveram um sistema adaptativo que reconhece comandos de voz do ciclista mesmo quando esses comandos são falados de forma totalmente distorcida pela exaustão física do atleta.
No segundo semestre o sistema será testado em competições estudantis. A partir do ano que vem, ele deverá ser utilizado por equipes profissionais.