Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/07/2006
Cientistas da Universidade de Toronto, Canadá, criaram um novo tipo de sensor óptico dez vezes mais sensível do que os melhores sensores hoje fabricados. E utilizando uma técnica muito mais barata, que não depende dos puríssimos cristais empregados na fabricação dos sensores de câmeras fotográficas e equipamentos de imageamento médico.
Ao invés dos caros métodos de litografia, os novos sensores poderão ser simplesmente "pintados". Esta é a primeira vez que um dispositivo semicondutor "líquido" ultrapassa o desempenho dos componentes feitos a partir de cristais puros crescidos artificialmente.
Para fabricar os novos componentes, os pesquisadores cozinharam pontos quânticos - partículas semicondutoras que medem apenas alguns nanômetros de diâmetro - em ácido oleico, o principal componente do óleo de oliva.
Uma gota da solução foi colocada sobre uma lâmina de vidro contendo uma estrutura de eletrodos de ouro e dispersa por meio de um processo chamado de espalhamento rotativo ("spin-coating"). A gota se transformou então em uma película semicondutora contínua e homogênea.
Esse filme líquido foi então mergulhado por duas horas em metanol. Uma vez evaporado o solvente, a lâmina de vidro ficou recoberta por uma camada de 800 nanômetros de espessura de nanopartículas altamente sensíveis à luz.
À temperatura ambiente, os fotodetectores são cerca de 10 vezes mais sensíveis aos raios infravermelhos do que os sensores atualmente utilizados em imageamento médico e em equipamentos de visão noturna.