Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/09/2005
Os telefones celulares logo poderão ter a mesma capacidade de memória que os computadores de mesa atuais, graças a um microchip que não é eletrônico - ele não utiliza a carga dos elétrons - mas magnético - utilizando os spins dos elétrons. O novo processador foi criado por uma equipe de três universidades inglesas.
A nova arquitetura é baseada no magnetismo e não nas cargas dos elétrons, como nos semicondutores atuais. O princípio é o mesmo das memórias magnéticas, que armazenam dados mesmo quando a energia elétrica é desligada. Por isto elas consomem muito menos energia.
Vários fabricantes estão tentando desenvolver discos rígidos em miniatura para equipar telefones celulares e outros equipamentos portáteis. Mas a nova arquitetura poderá oferecer uma solução muito mais barata, já que sua densidade de armazenamento é muito maior. Estima-se que uma memória magnética, com a densidade dos atuais cartões de memória, pode ter 200 vezes mais capacidade de armazenamento do que a mesma área de um disco rígido.
O novo microchip utiliza uma técnica desenvolvida em 2002, por um dos membros da equipe, Dr. Russell Cowburn, que conseguiu utilizar o spin dos elétrons, a propriedade responsável pelo magnetismo, para executar as operações lógicas de um chip.
Aquela descoberta permitiu a construção desta arquitetura, completamente nova, que, além de se basear no magnetismo, é tridimensional. Ao contrário dos circuitos atuais dos microprocessadores, que são planos, o novo chip é tridimensional, com camadas sucessivas empilhadas umas sobre as outras.
"Tradicionalmente nós utilizamos a eletrônica para os microprocessadores e o magnetismo para os discos rígidos. Esta descoberta nos permite combinar esses dois enfoques para construir uma nova geração de chips 3D que poderão armazenar muito mais informações do que uma superfície bidimensional plana," diz o Dr. Cowburn.