Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/03/2005
Uma pequena empresa emergente, chamada Luxtera, deixou para trás os gigantes da indústria de semicondutores ao anunciar que irá colocar no mercado o primeiro chip que substitui fios por luz.
Embora a fotônica seja uma das áreas mais promissoras para a construção de chips mais velozes, acreditava-se que o lançamento de um produto comercial que substitui elétrons por fótons ainda deveria esperar vários anos.
Os cientistas que se uniram para formar a empresa conseguiram resolver um problema crucial: como montar fibras ópticas diretamente em chips de silício.
Com isso, eles puderam integrar interfaces de fibras ópticas de alta velocidade em chips de silício produzidos através do processo CMOS, largamente utilizado pela indústria de semicondutores.
Mecanismos práticos de transformar elétrons em fótons já existem, mas na forma de dispositivos separados, chamados guias de ondas. A exigência de um dispositivo separado, hoje, é a principal razão pelo custo proibitivo de se trocar fios de cobre ou alumínio, utilizados no interior dos chips, por luz transportada por fibras ópticas.
Agora a Luxtera conseguiu fabricar tudo dentro do chip.
Segundo a empresa, seu modulador óptico trabalha a 10 Gbit/segundo, o que é dez vezes mais rápido do que o modulador criado por engenheiros da Intel em 2004. A integração de um componente fotônico funcionando a essa velocidade trará um impacto gigantesco tanto sobre a indústria óptica como sobre a própria indústria de semicondutores, que passam a ter uma intercessão.
O primeiro fruto dessa integração será o barateamento substancial de links de comunicação de alta velocidade. Mas a nova tecnologia é promissora em virtualmente qualquer lugar onde se fale em largura de banda. Inicialmente deverão se beneficiar as conexões inter-chips e entre os processadores e as memórias.
Futuramente, contudo, as interconexões de cobre também deverão ser substituídas por luz, com ganhos em termos de velocidade, menor consumo de energia e menor calor gerado pelos processadores.
Como não possui fábricas, a Luxtera uniu-se ao fabricante Freescale Semiconductor, para o lançamento comercial do seu produto.