Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/04/2004
A Xerox anunciou a descoberta de uma nova tinta semicondutora que poderá representar um passo importante rumo à construção de telas flexíveis para computadores e televisores.
A equipe de cientistas liderada pelo Dr. Beng Ong, trabalhando no Canadá, desenvolveu um polímero que servirá como base para uma nova tinta que poderá ser utilizada para imprimir trilhas semicondutoras de transistores a baixa temperatura e ao ar aberto, ou seja, sem a exigência de câmaras de vácuo ou ambientes preenchidos com gases especiais. Esta é uma das principais exigências para que um novo processo tecnológico possa atingir o estágio da manufatura.
Além de criar a tinta semicondutora, a equipe do Dr. Ong também desenvolveu materiais para imprimir os componentes condutores e os dielétricos. Desta forma, todos os três materiais necessários para a construção de um circuito eletrônico plástico - semicondutores, condutores e dielétricos - podem agora ser impressos utilizando a tecnologia jato de tinta.
Grandes empresas do mundo todo estão participando da corrida rumo ao desenvolvimento de uma alternativa à tecnologia do silício hoje utilizada para a construção de chips. A tecnologia jato de tinta poderá significar que os circuitos eletrônicos do futuro serão impressos praticamente da mesma forma que hoje se imprime uma revista ou jornal.
O grande dilema para os cientistas que participam dessa corrida rumo à viabilização dos circuitos plásticos flexíveis está em encontrar uma alternativa que seja ao mesmo tempo eficiente e de baixo custo. O baixo custo somente será atingido se os materiais puderem ser processados em condições ambientais normais e se eles puderem ser utilizados com técnicas de impressão já dominadas pela indústria.
O elemento chave do desenvolvimento anunciado pela Xerox é o politiofeno que, ao contrário de outros materiais pesquisados, não se degrada quando exposto ao oxigênio atmosférico e ainda possui excelente comportamento de auto-montagem.
As características moleculares únicas desse material permitem que ele seja processado em nanopartículas semicondutoras estruturalmente ordenadas. Essas nanopartículas, quando dispersas em um líquido, formam a tinta ambientalmente estável.