Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/03/2004
Carro com radar
Imagine dirigir seu carro pela serra, à noite e com uma densa neblina. Embora a visibilidade se aproxime de zero, você continua vendo tudo claramente e dirigindo com segurança.
Mas você não olha através do pára-brisas e sim para uma tela colocada sobre o painel.
Os aviões já possuem sistemas assim e eles logo poderão tornar-se realidade também para os automóveis graças ao trabalho de engenheiros do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Estados Unidos).
Os pesquisadores, chefiados pelo Dr. Ali Hajimiri, utilizaram algumas técnicas revolucionárias para criar o primeiro radar do mundo contido em um único chip.
Para conseguir colocar um radar no interior do chip, os engenheiros não puderam partir de um chip já existente; eles tiveram que construí-lo a partir do zero. Foi justamente aí que eles inovaram, criando uma tecnologia que resultou, na verdade, em muito mais do um radar-em-um-chip.
Radar em um chip
O chip-radar pode, por exemplo, servir como um link de comunicações sem fio de alta freqüência, oferecendo uma alternativa às fibras óticas hoje utilizadas para comunicações ultra-rápidas.
O novo chip funciona a 24 GHz, uma velocidade extremamente elevada, o que torna possível a transferência de dados sem fios em velocidades hoje apenas disponíveis nos "backbones" da Internet.
Mas há outros usos possíveis:
Micro-radar
Na verdade o número de possibilidades de uso do novo chip-radar é enorme. Mas a maior vantagem talvez seja o baixo preço de sua fabricação, que utilizará as técnicas atuais de fabricação de circuitos integrados, já que o novo chip é também inteiramente à base de silício.
Ao contrário dos grandes radares atuais, que utilizam o movimento mecânico de transmissores e receptores, o novo chip-radar utiliza um feixe elétrico para direcionar o sinal no espaço, sem a necessidade de nenhum movimento mecânico.
Para sistemas de comunicação, esta capacidade de direcionamento do feixe propiciará um sinal mais claro, com menor exigência de potência e diminuindo a quantidade de ondas na atmosfera. Telefones celulares, por exemplo, irradiam seus sinais em todas as direções, o que abre caminho para uma série de interferências entre equipamentos e grande desperdício de potência.