Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/03/2004
Cientistas japoneses da NEC, do National Institute for Materials Science e da Japan Science and Technology Agency, trabalhando conjuntamente, criaram uma nova tecnologia de chaveamento que deverá dar um impulso definitivo para os chips reprogramáveis. Esse tipo de chip pode ser reconfigurado para executar qualquer função, ao contrário dos chips atuais, cada um capaz de executar apenas a função para a qual ele foi projetado.
A nova tecnologia de chaveamento é capaz de transferir átomos metálicos em um eletrólito sólido, o que torna possível a fabricação de chips eletrônicos de alta integração (LSI: "Large Scale Integration") programáveis. Batizada de NanoBridge, a nova tecnologia já foi demonstrada em um equipamento protótipo. Os resultados foram apresentados na Conferência Internacional de Circuitos de Estado Sólido, realizada em São Francisco (Estados Unidos).
A tecnologia NanoBridge utiliza o efeito de chaveamento atômico em uma ponte metálica em nanoescala, na qual um canal condutor de eletricidade é criado ou destruído expandindo-se uma ponte metálica controlada por uma reação eletroquímica no interior de um eletrólito sólido. Como resultado, a velocidade de operação do chip programável pode ser aumentada e sua área radicalmente diminuída, aumentando o desempenho e reduzindo os custos de equipamentos eletrônicos.
A possibilidade de reconfiguração do circuito torna possível a utilização de um único chip para uma grande variedade de funções. Por exemplo, os telefones celulares multifuncionais do futuro não seriam viáveis se fosse necessário montar um chip para cada função ou, na melhor da hipóteses, recriaram celulares do tamanho dos primeiros aparelhos analógicos. Mas a utilização de um único chip programável de alto desempenho não apenas torna possível a execução de todas as funções desejadas, incluindo pesadas tarefas de processamento, como também permite que facilidade adicionais sejam acrescentadas por download.
A demanda por chips reprogramáveis tem sido crescente, devido à rapidez que eles representam no lançamento de novos produtos, bem como ao barateamento dos processos produtivos. Mas os chips reprogramáveis até agora disponíveis ainda são lentos e individualmente mais caros do que os chips dedicados.
Cerca de 30 vezes menor do que os circuitos atuais, a NanoBridge pode ser incorporada diretamente na camada de fiação do chip, além de apresentar 1/20 da resistência das chaves convencionais. Ela pode ser laminada com o bloco lógico, reduzindo a área total do chip.