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Eletrônica

Sintetizado o Nitreto de Ouro

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/11/2003

Sintetizado o Nitreto de Ouro

O ouro é largamente utilizado na indústria eletrônica, como condutor de eletricidade em produtos de alto valor agregado, como computadores, telefones celulares e até "smart cards". A grande vantagem é que o ouro é altamente estável química e fisicamente, não oxida e garante longa duração para contatos sensíveis como os que unem os chips de memória ao computador, por exemplo.

Mas o ouro é também um dos metais mais caros do mercado. O alto custo faz com que os fabricantes tenham que combiná-lo com outros metais, fazendo ligas com níquel, ferro e sais de cobalto. As ligas têm o benefício adicional de apresentarem dureza maior do que o ouro puro.

Nos últimos 200 anos, várias tentativas foram feitas para se sintetizar o nitreto de ouro, um composto que, teoricamente, deveria ser mais duro do que o ouro puro e mais durável do que as ligas. O nitreto de ouro permitiria, por exemplo, que a camada que reveste os componentes eletrônicos para fazer os contatos elétricos fosse mais fina e, por decorrência, diminuísse o custo total do produto.

Agora, um grupo de cientistas da Universidade de Newcastle (Inglaterra), liderados pela engenheira química Lidija Siller, parece ter conseguido resolver o quebra-cabeças e sintetizado o nitreto de ouro.

Os cientistas utilizaram uma técnica chamada de implantação iônica para criar o novo material. Eles colocaram ouro em uma câmera de ultra alto vácuo e limparam-na com o gás nobre argônio. A seguir a amostra de ouro foi aquecida e irradiada com íons de nitrogênio. A formação do nitreto de ouro teve que ser checada por meio de técnicas de raio-X, já que as diminutas porções formadas eram invisíveis a olho nu.

Agora a cientista irá analisar as propriedades do nitreto de ouro, verificando seu desempenho em termos de condutividade elétrica e durabilidade. Baseando-se no custo do nitrogênio, que forma 80 por cento da nossa atmosfera, é de se esperar que o novo material seja realmente muito mais barato do que o ouro puro.

Além disso, a sintetização de ouro e nitrogênio não cria qualquer risco de poluição ou materiais perigosos a serem futuramente descartados, como no caso das ligas, que podem conter cobalto, chumbo e arsênico.

Segundo a Dr. Siller, as tentativas anteriores de sintetização do nitreto de ouro falharam pela falta de entendimento dos cientistas acerca da reação cinética entre o ouro e o nitrogênio. A descoberta já está patenteada.

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