Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/07/2003
A empresa japonesa Omron acaba de lançar o menor e mais sensível sensor de gás até hoje existente, baseado na tecnologia MEMS. Dispositivos MEMS ("MicroElectroMechanical Systems"), ao contrário dos atuais chips eletrônicos, que são bidimensionais, podem ser construídos como estruturas tridimensionais, abrindo caminho para inovações miniaturizadas até hoje impraticáveis. Os MEMS são, atualmente, a face mais visível da nanotecnologia.
O novo sensor supersensível detecta fluxos de gás e deverá ter aplicações imediatas na indústria médica e em sistemas de ar-condicionado. Mas as preocupações com o meio-ambiente também deverão abrir novos horizontes para o equipamento, uma vez que torna-se cada dia mais importante o monitoramento de monóxido de carbono e óxidos nitrosos, resultantes de processos incompletos de combustão. Equipamentos de controle de produção e segurança em indústrias também representam outro filão a ser explorado.
O equipamento tem 1/7 do tamanho dos menores sensores hoje existentes, medindo 1,55 por 1,55 milímetros quadrados e é capaz de medir um fluxo de gás com velocidade de apenas um centímetro por segundo.
O sensor é um termoelemento, uma vez que seu princípio de funcionamento baseia-se na diferença de temperatura causada pela passagem do gás. Quando não há qualquer fluxo de gás, a distribuição de temperatura concentrada ao redor do sensor é uniforme. Mas, quando há um movimento do gás, a temperatura no lado do sensor que recebe o fluxo é menor do que no lado oposto. Como a diferença de temperatura aparece como uma diferença de potencial no dispositivo, ele consegue medir tanto a taxa quanto a velocidade do fluxo de gás.
O sensor poderá ser utilizado, por exemplo, para medir a quantidade de gás inflamável e oxigênio que entram em uma caldeira, permitindo a otimização da queima através de uma combustão mais completa.
Com a crescente criação, em diversos países, de normas de segurança em edifícios que incluem a verificação da qualidade do ar interno, o novo sensor poderá ser utilizado para medir a qualidade do ar que circula no interior dos sistemas de ar-condicionado.
No campo médico, o sensor poderá ser utilizado para medir a quantidade de oxigênio, nitrogênio e dinitrogênio monóxido (N2O) consumidos durante uma cirurgia. Um rigoroso controle da quantidade de gases consumidos no aparelho de auxílio à respiração poderá ajudar também na contagem das despesas de cada paciente.