Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/12/2006
Quem teve um carro a álcool quando esta tecnologia começava a se desenvolver, deve lembrar-se bem das frustrações quando se tentava ligar o carro nos dias frios do inverno. Embora a tecnologia tenha melhorado muito, ainda hoje os carros demoram mais para pegar de manhã quando estão com o tanque cheio apenas com álcool.
Tanques de hidrogênio
Este é exatamente o problema - na verdade, um dos problemas - com que se defrontam os engenheiros que estão tentando construir os primeiros carros movidos a hidrogênio. Eles já sabem que o hidrogênio deverá ser armazenado em forma sólida, e não na forma de um gás comprimido.
"O hidrogênio tem uma baixa densidade e somente se condensa em sua forma líquida a -252°C, de forma que é difícil utilizar sistemas convencionais de armazenamento, tais como tanques de alta pressão, que exigiriam paredes de aço com pelo menos 3 polegadas de espessura, tornando-os muito grandes e muito pesados para uso em carros," explica o Dr. Andrew Weller.
Organometálicos e hidretos metálicos
Até agora há dois tipos de materiais que permitem esse armazenamento sólido, mas os dois têm problemas. Os tanques construídos com compostos organometálicos somente conseguem armazenar e liberar o hidrogênio sob temperaturas criogênicas, o que inviabiliza o seu uso em automóveis. Já os hidretos metálicos, os mais promissores, somente funcionam a temperaturas acima de 300°C. Ou seja, no caso dos carros a hidrogênio, "os dramas de inverno" não acontecerão porque o motor estará frio, mas porque o tanque estará frio.
Veículo híbrido
Agora, cientistas da Universidade de Bath, Inglaterra, descobriram um novo material que poderá ajudar a resolver esse problema. Embora o material sozinho não consiga dar um rendimento adequado em termos da quantidade de hidrogênio que ele armazena - isto é, não dá para construir um tanque inteiro só com ele, - o novo composto armazena e libera o hidrogênio a temperatura ambiente, e ao simples apertar de um botão.
O novo material, à base de ródio, poderá ser usado em conjunto com os tanques de hidretos metálicos. Como ele tem menor rendimento - armazena menos hidrogênio - ele irá liberar o hidrogênio inicial para que o veículo possa se movimentar, até que o seu tanque atinja a temperatura ideal de funcionamento.
Ródio
O ródio é um metal pesado, o que faz com que a proporção de hidrogênio armazenado no novo material, em termos de peso, alcance apenas 0,1%. Mas isto é o suficiente, acreditam os engenheiros, para fornecer combustível para que o veículo ande até que o tanque principal se aqueça. A liberação do hidrogênio é feita pela passagem de uma pequena corrente elétrica, o que significa que o "hidrogênio de emergência" poderá ser liberado com o simples acionar de uma chave no painel, ou, mais certamente, de forma automática por meio de um sensor.