Com informações da New Scientist - 21/08/2023
Vaso sanitário autolimpante
Cientistas chineses desenvolveram um revestimento para louças sanitárias que não permite que nada grude no vaso ou na pia.
Além da melhoria da higiene, isto significa que passa a ser possível usar uma quantidade imensamente menor de água para a descarga nos vasos sanitários do que a que é necessária hoje.
Existem muitos tipos de superfícies escorregadias para uso em cerâmicas de banheiro - como vasos revestidos de Teflon - mas todos sofrem com a falta de durabilidade. Quanto mais são usados, menos escorregadios se tornam, por isso o revestimento ou vaso sanitário precisam ser trocados em períodos inaceitáveis em termos de custo e descarte de produtos ainda funcionais.
Isso não acontece com o revestimento desenvolvido por Yike Li e colegas da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, que se mantém extremamente escorregadio mesmo sob forte abrasão - como ser lixado.
A demonstração envolve uma miniatura de louça sanitária, cerca de 10 vezes menor que uma versão em tamanho real, feita com uma mistura de plástico e grãos de areia hidrofóbicos. Uma impressora 3D usa seu laser para fundir as partículas e criar a estrutura no formato desejado.
O passo final consiste em lubrificar a superfície do vaso com uma espécie de óleo de silicone, que penetra abaixo da superfície por causa da estrutura porosa da cerâmica que forma o vaso.
Os pesquisadores testaram o vaso sanitário jogando água barrenta, leite, iogurte, mel, gel cheio de amido e uma meleca preparada para imitar a textura do cocô - nada grudou no vaso.
Na verdade, o vaso autolimpante manteve-se escorregadio mesmo depois de ser esfregado com uma lixa mais de 1.000 vezes, graças ao efeito lubrificante obtido com o óleo de silicone, que fica abaixo da superfície, impregnando o material.
Agora a equipe pretende reduzir o custo de fabricação do revestimento, para que ele possa começar a ser colocado em louças sanitárias de uso intensivo, como em trens, aviões e banheiros públicos.