Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/07/2010
Aceleradores do futuro
O maior experimento científico da história, o Grande Colisor de Hádrons, ou LHC, na sigla em inglês, mal entrou em operação, e os físicos já estão pensando no que virá depois dele.
Na Conferência Internacional sobre Física de Altas Energias, a maior reunião mundial sobre física de partículas, que está acontecendo na França, mais de 1000 cientistas de todo o mundo se reuniram para discutir os primeiros resultados do LHC e do Tevatron - o maior acelerador de partículas dos Estados Unidos.
Mas as grandes estrelas do evento são os aceleradores que deverão estrear lá por 2040 ou 2050. Afinal, em projetos dessa magnitude, o planejamento é feito com décadas de antecedência.
Sucessor do LHC
Mas a principal questão que se coloca é: "Que tipo de acelerador de partículas deverá suceder o LHC?"
Há duas propostas principais: o Colisor Linear Internacional (ILC: International Linear Collider) e o Colisor Linear Compacto (CLIC: Compact Linear Collider).
Ao contrário do LHC e do Tevatron, que são circulares, tanto o ILC quanto o CLIC são aceleradores lineares, ou seja, em linha reta.
O ILC está sendo projetado para colidir elétrons e pósitrons juntos em um acelerador de 35 quilômetros de extensão em linha reta. O CLIC iria colidir as mesmas partículas usando um acelerador mais curto, mas operando em energias mais elevadas.
Descobertas do LHC
Embora haja muito entusiasmo, os cientistas não possuem ainda os elementos necessários para optar por um ou por outro projeto. Eles poderão, eventualmente, até mesmo serem obrigados a descartar os dois e partirem para coisas totalmente novas.
Isto porque, antes de pensar nos próximos passos, o LHC precisa fazer as tão esperadas descobertas além do modelo padrão da física de partículas, como a "partícula de Deus" e a supersimetria.
São esses resultados, ou a falta deles, que indicarão qual será o equipamento mais adequado para explorar as propriedades das novas partículas descobertas.
"Sendo bem otimista, isso poderia ocorrer até 2012, mas mais realisticamente, até 2015 mais ou menos," disse Rolf-Dieter Heuer, diretor-geral do CERN, que coordena o LHC.
Depois da decisão técnica, Heuer prevê que serão necessários mais cinco anos para assegurar o financiamento e determinar quem irá dirigir o projeto, ou, mais especificamente, onde será instalado o futuro colisor linear.
Funcionamento e paradas do LHC
Espera-se que o LHC funcione até 2030. Em 2020 ele deverá receber um upgrade para aumentar a taxa de colisão das partículas e produzir mais dados. Isso poderá ser feito elevando o número de partículas que circulam em seu anel ou concentrando-as em um feixe mais estreito.
Na fase atual, o LHC deverá funcionar continuamente por um período de 18 a 24 meses, com o objetivo de fornecer dados suficientes para que os cientistas dos diversos experimentos tenham material para avançar em suas áreas.
Em 2012 ele será desligado para reparos, que deverão durar 15 meses. Novamente ligado, o acelerador funcionará por três anos e parará de novo em 2015, já para começar a primeira etapa do upgrade.