Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/03/2008
O ônibus espacial Endeavour atracará nesta quarta-feira na Estação Espacial Internacional. A bordo ele leva o laboratório espacial japonês Kibo (Esperança) e o maior robô espacial já construído, o Dextre.
Dextre
O Dextre - pronuncia-se Dexter - é um robô de dois braços que poderá funcionar autonomamente ou ser acoplado na ponta do CanadArm, o braço robótico da Estação Espacial, que foi instalado em 2001. Ele permitirá a execução de tarefas muito precisas, eliminando a necessidade de várias caminhadas espaciais ou diminuindo sua duração, dando maior autonomia e segurança aos astronautas.
O robô, cujo nome completo é Special Purpose Dexterous Manipulator, é o terceiro elemento de um conjunto chamado Sistema de Serviços Móveis. Além do Dextre e do CanadArm, o sistema conta ainda com uma base móvel, uma plataforma de trabalho flexível. Todos os três podem trabalhar de forma independente ou em conjunto.
Flexibilidade sem riscos
Cada um dos braços tem sete juntas, dando uma flexibilidade enorme para a execução de tarefas nos locais mais difíceis de serem alcançados. Entretanto, para evitar qualquer risco nas delicadas missões espaciais, os engenheiros optaram por permitir que apenas um braço se movimente de cada vez.
Na ponta de cada um dos braços vai uma espécie de "mão", conhecida tecnicamente como OTCM ("Orbital Replacement Unit/Tool Changeout Mechanism"). Cada OTCM é formada por um conjunto de garras retráteis, capazes de segurar cargas e ferramentas e dotadas de movimento suficente para apertar ou soltar porcas, parafusos e abrir portas de contenção.
Trabalho pesado e preciso
Várias tarefas da Estação Espacial Internacional passarão a ser feitas pelo Dextre, como a remoção de baterias, a retirada e instalação de módulos de computadores e o fornecimento de energia para cargas que estiverem sendo manipuladas. E, é claro, todo o trabalho de manipulação, instalação, remoção e inspeção dos racks de experiências científicas.
O Dextre conta um sistema de detecção de forças e torques nas suas garras que aciona um mecanismo de compensação de movimento, garantindo que as cargas sendo manipuladas movam-se sempre com suavidade. Isso permitirá que ele execute a troca rotineira de uma bateria cujo sistema de fixação e ligação de conectores exige posicionamentos com precisão na faixa dos milímetros.