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Espaço

Realidade aumentada transforma astronautas em médicos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/02/2012

Realidade aumentada transforma astronautas em médicos
A realidade aumentada mescla as imagens reais com a realidade virtual combinando as imagens geradas por computador com as imagens que o usuário está vendo.
[Imagem: ESA/Space Applications Service NV]

Astronautas médicos

Um novo equipamento de realidade aumentada, desenvolvido pela agência espacial europeia (ESA), dará aos astronautas a capacidade de desempenhar tarefas médicas no espaço.

Bastará que coloquem um capacete com um visor especial, e sigam as instruções em 3D para fazer desde o diagnóstico até uma cirurgia completa.

A realidade aumentada mistura o real com o virtual, combinando imagens geradas por computador com a visão do utilizador.

O sistema passou com êxito pelos primeiros testes, a agora deverá ser avaliado em locais remotos e em uma base na Antártica, antes de ir ao espaço.

Realidade aumentada transforma astronautas em médicos
Aqui o aparelho é testado em modelo de demonstração.
[Imagem: ESA/Space Applications Service NV]

Realidade aumentada

O Sistema de Diagnóstico Médico e Cirurgia Assistido por Computador, ou CAMDASS, na sigla em inglês, é um sistema compacto de realidade aumentada que se encontra na fase de protótipo.

Nesta versão, o CAMDASS está direcionado para a realização de exames com ultra-sons, mas, em princípio, poderá conduzir outros procedimentos médicos.

A preferência pelos ultra-sons está relacionada com a versatilidade e a eficácia destes instrumentos como ferramenta de diagnóstico - eles já estão disponíveis na Estação Espacial Internacional.

No futuro, em viagens espaciais mais longas, os astronautas terão de ser capazes de tratar de si próprios. Dependendo da distância que estiverem da Terra, as conversas com os especialistas em terra sofrerão um atraso de vários minutos ou poderão até mesmo estar bloqueadas.

"Apesar de a tripulação ter conhecimentos médicos, não é possível treinar os astronautas até um ponto em que estes dominem todos os procedimentos médicos que venham a ser necessários durante uma missão," disse Arnaud Runge, engenheiro biomédico da ESA, que coordena o projeto.

Realidade aumentada transforma astronautas em médicos
O equipamento "registra" o corpo do paciente e o mescla com um humano virtual armazenado no computador.
[Imagem: ESA/Space Applications Service NV]

Humano virtual

O CAMDASS usa dois monitores montados em um capacete e um equipamento de ultra-sons, monitorado através de uma câmara de infravermelho.

O corpo do paciente é "registrado" pela câmara e o monitor é calibrado à visão de cada astronauta.

A área a ser examinada é então marcada, antes de se iniciar o diagnóstico.

O sistema de realidade aumentada sobrepõe gráficos em 3D sobre o que está sendo visto pelo astronauta, conduzindo a sua intervenção.

Para gerar estas imagens, o CAMDASS relaciona uma série de pontos de referência de um "humano virtual" com a imagem registrada do paciente real.

A imagem de referência, em ultra-sons, dá ao "médico espacial" uma indicação acerca daquilo que ele está vendo. Tudo é facilitado por um sistema de reconhecimento de voz, que deixa as mãos livres.

Realidade aumentada transforma astronautas em médicos
O equipamento durante testes na Bélgica.
[Imagem: ESA/Space Applications Service NV]

Testes

O protótipo foi testado no Hospital Universitário de Saint-Pierre, em Bruxelas, na Bélgica, com estudantes de medicina e enfermagem, pela Cruz Vermelha belga e por equipes de paramédicos.

Utilizadores não treinados consideraram que conseguiam executar procedimentos de dificuldade média sem ajuda, com a sonda na posição correta.

"Com base nesta experiência, estamos tentando refinar o sistema - por exemplo, reduzindo o peso e tornando o protótipo mais fácil de manejar," explicou Arnaud.

"Quando o desenvolvimento estiver completo, o sistema poderá também ser usado como parte de um sistema de telemedicina que forneça assistência médica em zonas remotas, através de satélite.

"Ele também pode ser usado como uma ferramenta de auto-suficiência para profissionais da emergência médica.

"Seria interessante fazer mais testes em zonas remotas, nos países em desenvolvimento e potencialmente na base Concórdia, na Antártida," finalizou.

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