Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/09/2010
Os nanotubos de carbono andaram meio sumidos, um pouco eclipsados pelo sucesso inesperado do grafeno, seu parente muito próximo.
Na verdade, centenas de grupos de pesquisas ao redor do mundo continuam trabalhando com os nanotubos, que já podem ser considerados "maduros" em várias áreas de pesquisa, principalmente na eletrônica.
Mas uma nova medição promete dar um novo ímpeto ao uso dos nanotubos de carbono como material estrutural, que já foram apontados até mesmo como os candidatos mais promissores para a construção dos elevadores espaciais.
Resistência dos nanotubos
Stephen Cronin e seus colegas descobriram que os nanotubos de carbono são muito mais fortes do que se pensava até agora - pelo menos 117 vezes mais resistentes do que o aço e 30 vezes mais fortes do que o Kevlar®, o material atualmente usado para a construção de coletas à prova de balas.
Estes resultados são mais do que o dobro verificado nas medições anteriores.
Para resolver as incertezas sobre a resistência real dos nanotubos, os cientistas aplicaram fortíssimas tensões sobre nanotubos de carbono individuais de diferentes comprimentos e diâmetros.
Eles descobriram que os nanotubos podem ser esticados em até 14 por cento do seu comprimento normal sem se quebrar - isto também é mais do que o dobro do resultado verificado nas medições anteriores.
Cabos de elevadores espaciais
A descoberta estabelece "um novo limite inferior para a resistência à tração dos nanotubos de carbono," dizem os pesquisadores em seu artigo, ressaltando que é possível que medições mais precisas e nanotubos de melhor qualidade possam mostrar resultados ainda melhores.
Mesmo antes desses resultados, os nanotubos de carbono já eram reconhecidos pela sua força excepcional, alta condutividade elétrica e várias outras propriedades.
Isso os tem colocado como candidatos para uma grande variedade de aplicações futurísticas, até mesmo como o material para a construção dos cabos de "elevadores espaciais", que aposentariam os foguetes, colocando cargas em órbita da mesma forma que alguém hoje sobe do térreo para o último andar de um edifício.