Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/03/2009
Alimentação de microrrobôs
Um dos sonhos da robótica é construir micromáquinas capazes de substituir as cirurgias por máquinas que entram no corpo humano e fazem o "conserto" necessário, ou que funcionem como agentes ativos no interior de microfábricas químicas.
Este sonho ainda está longe da realização e os roboticistas sabem que um dos maiores entraves que devem ser removidos para torná-lo uma realidade está em encontrar uma solução adequada para fornecer a energia necessária para que robôs extremamente miniaturizados possam funcionar.
Robô movido a campo magnético
Agora, pesquisadores suíços acreditam ter encontrado uma solução promissora: usar campos magnéticos externos para alimentar e controlar essas máquinas microscópicas.
O microrrobô construído para testar o conceito possui uma cauda no formato de uma rosca sem fim que imita o flagelo das bactérias. A micromáquina é capaz de transportar, em meio líquido, uma carga do tamanho de uma bactéria. Mais do que suficiente para uma atuação em nível subcelular, levando medicamentos para o interior das células.
Campo magnético variável
O flagelo artificial é impulsionado alternando-se os campos magnéticos produzidos por três pares de bobinas eletromagnéticas posicionadas para cobrir os eixos X, Y e Z do espaço 3D, e colocadas em torno do reservatório de água onde o microrrobô deve atuar.
Sua cauda helicoidal de 47 micrômetros de comprimento é feita com uma fita de material semicondutor. Sua "cabeça" magnética mede 4,5 micrômetros de diâmetro e é feita de cromo, níquel e ouro.
Variando continuamente a corrente elétrica que flui através de cada par de bobinas, a equipe demonstrou ser possível produzir um campo magnético giratório. A cabeça magnética do microrrobô tenta constantemente alinhar-se com o campo magnético variável, o que faz com que a cauda gire e impulsione a máquina para a frente.
"A maior velocidade que alcançamos com a configuração atual foi de 20 micrômetros por segundo,", conta Bradley Nelson, do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique. "Mas com algumas pequenas modificações eletrônicas nós esperamos superar os 100 micrômetros por segundo."