Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/12/2008
Quando o astronauta Dave Bowman precisou desativar o computador HAL 9000, no clássico 2001 - Uma Odisséia no Espaço, ele retirou um a um os seus módulos de memória - todos totalmente transparentes.
Memórias transparentes
Agora esses módulos de memória transparentes já não são exclusividade da ficção científica. Pesquisadores do instituto KAIST, na Coréia do Sul, acabam de construir o primeiro módulo de memória totalmente transparente.
A nova tecnologia foi batizada de TRRAM - Transparent Resistive Random Access Memory. Ela é parecida com a memória dos pen drives, ou seja, ela não perde os dados quando é desligada do computador.
Circuitos eletrônicos transparentes
A nova tecnologia poderá dar um passo além das telas planas, criando telas que, quando desligadas, se parecerão com painéis de vidro ou acrílico. Os circuitos eletrônicos também poderão ser incorporados em vidros de janelas, plásticos e qualquer outro material, que não perderão sua transparência.
"É um novo marco no desenvolvimento de sistemas eletrônicos transparentes. Integrando as memórias TRRAM com outros componentes eletrônicos transparentes, nós poderemos criar sistemas eletrônicos incorporados virtualmente invisíveis," diz o pesquisador Jung Won Seo.
Eletrodos e substratos transparentes
Tecnicamente, a memória TRRAM é baseada nas memórias de acesso aleatório resistivas (RRAM), que estão em fase de desenvolvimento comercial.
As RRAM são construídas com óxidos metálicos, que são altamente transparentes (veja Transistores totalmente transparentes abrem horizontes na eletrônica e Transistores transparentes permitirão construção de eletrônicos invisíveis).
O que os pesquisadores coreanos fizeram foi ensanduichar esses óxidos metálicos entre eletrodos e substratos também transparentes.
Segundo eles, o processo de fabricação é simples e os primeiros dispositivos eletrônicos transparentes poderão estar no mercado dentro de 3 a 4 anos. As memórias transparentes também poderão ser mais baratas, já que elas eliminaram a utilização do índio, um elemento raro e muito caro.