Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/10/2018
Remédio eletrônico
O primeiro exemplo de "medicina bioeletrônica" é um dispositivo sem fio, biodegradável e implantável, projetado para acelerar a regeneração e melhorar a cicatrização de nervos danificados.
O aparelho administra pulsos de eletricidade regulares aos nervos periféricos danificados após um processo de reparo cirúrgico, acelerando o recrescimento dos nervos e melhorando a recuperação final da força e do controle muscular.
Do tamanho de uma moeda e com a espessura de uma folha de papel, o dispositivo funcionou em animais de laboratório por cerca de duas semanas, antes de ser absorvido naturalmente pelo corpo.
Esse tipo de tecnologia, que os pesquisadores chamam de medicina bioeletrônica, visa fornecer terapia e tratamento durante um período de tempo clinicamente relevante e diretamente no local onde é necessário, reduzindo assim os efeitos colaterais ou riscos associados aos medicamentos químicos e aos implantes permanentes convencionais.
"Esses sistemas fornecem uma função ativa e terapêutica em um formato dosado e programável, e então desaparecem naturalmente no corpo, sem deixar vestígios. Essa abordagem da terapia permite pensar em opções que vão além das drogas e da química," disse o professor John Rogers, da Universidade Northwestern, nos EUA.
Medicina bioeletrônica
A expectativa é que essas tecnologias transientes - aparelhos que se degradam no corpo após cumprir sua função - poderão futuramente complementar ou substituir tratamentos farmacêuticos para uma variedade de condições médicas.
É por isso que várias equipes ao redor do mundo estão trabalhando em chips que funcionam dentro d'água, circuitos integrados químicos, coletores de sinais neurais de plástico e até esqueletos artificiais de silício.
Embora o aparelho agora apresentado não tenha sido ainda testado em seres humanos, as descobertas são promissoras como uma opção terapêutica futura para pacientes com lesão nervosa, disse Rogers.