Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/03/2015
Pele de camaleão
Um novo material muda de cor como se fosse a pele de um camaleão ou de um polvo, bastante para isso apertá-lo ligeiramente - a cor que ele assume depende da intensidade da força.
O material é tão fino que pode ser usado como revestimento, abrindo grandes possibilidades de uso em novas tecnologias de telas, camuflagens e sensores - por exemplo, capazes de detectar defeitos imperceptíveis em edifícios, pontes ou mesmo na fuselagem de aviões.
"Esta é a primeira vez que alguém faz uma pele flexível parecida com a dos camaleões que pode mudar de cor simplesmente sendo flexionada," disse Connie Chang-Hasnain, da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos.
Em vez de tintas, o material reflete a luz e produz cores de forma física, por meio da interação da luz com minúsculas saliências desenhadas em sua superfície.
Quando o material é pressionado, a força aplicada altera o espaçamento entre as microestruturas, alterando a forma como a luz interage com elas e, portanto, a cor do material.
Cor física
Controlar a luz com microestruturas físicas não é nenhuma novidade. Em astronomia, por exemplo, fendas cuidadosamente espaçadas, conhecidas como grades de difração, são usadas para dividir a luz captada pelos telescópios em seus componentes individuais de cor.
Mas controlar as cores geradas vinha-se mostrando impraticável porque as perdas ópticas são grandes demais.
O problema foi resolvido de forma extremamente simples: em vez de fazer fendas no material base, como nas redes de difração, a equipe adicionou saliências.
Não deu exatamente no mesmo porque, em vez de espalhar a luz e quebrá-la em um arco-íris completo, essas pequenas barras refletem um comprimento de onda muito específico, dando ao material uma cor padrão.
Quando as saliências são deformadas, o comprimento de onda refletido se altera e, por decorrência, o material muda de cor instantaneamente.