Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/01/2009
O satélite Corot, que tem participação brasileira e cujo principal objetivo é descobrir planetas extrassolares, agora descobriu uma nova estrela, com idade aproximada de 500 milhões de anos, que lembra muito o nosso Sol quando jovem.
Batizada de Corot-Exo-2a, a estrela possui um planeta gigante muitíssimo próximo, capaz de dar uma volta ao seu redor em apenas 1,7 dia.
Tempestades solares
Com sua fotometria de altíssima precisão, o Corot conseguiu observar a estrela por mais de 150 dias. Esses dados de longo prazo mostram variações de fluxo de cerca de 6% - pelo menos 20 vezes maiores do que as do Sol atual - com uma modulação periódico de 4,5 dias.
Esse "sol jovem" possui tempestades solares semelhantes às do Sol, mas que atingem áreas maiores e que se modificam continuamente à medida que a estrela gira. Essas áreas oscilam em ciclos de apenas 29 dias. O Sol apresenta ciclos semelhantes, mas com duração de 11 anos.
Os astrônomos acreditam que esses ciclos inesperadamente curtos podem ser devidos à alta rotação da estrela ou a perturbações induzidas pela grande proximidade de seu planeta gigante. A estrela e seu planeta estão separados por uma distância equivalente a apenas 3% da distância entre o Sol e a Terra.
Abiogênese
Os astrônomos do projeto Corot esperam que o satélite consiga informações essenciais para o entendimento da abiogênese, ou geração espontânea, o processo segundo o qual a vida emergiu de alguma forma da matéria inerte e que hoje é considerada a explicação clássica da ciência para o surgimento da vida.
Nosso Sol, durante o estágio evolucionário correspondente ao da Corot-Exo-2a, a estrela que acaba de ser descoberta, já lançava seus raios sobre a Terra quando os processos que levaram ao surgimento da vida em nosso planeta estavam começando.
A presença de intensas atividades magnéticas no jovem Sol e a variabilidade de sua luz certamente afetaram esses processos. O estudo de estrelas parecidas com o Sol deverá contribuir para o entendimento da influência das estrelas sobre seus planetas durante as fases cruciais de sua evolução.