Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/02/2025
Do leste para o oeste
O reator de fusão experimental WEST, que está sendo construído na França, bateu o recorde mundial ao manter o plasma no interior do reator em estado estável por 1.337 segundos, o que dá mais ou menos 22 minutos e 17 segundos.
Isto representa uma melhoria de 25% em relação ao tempo recorde anterior alcançado com o EAST, o "sol artificial da China", algumas semanas atrás.
Alcançar durações mais extensas é um marco crucial para os reatores de fusão, que precisarão manter plasmas de fusão por longos períodos. O objetivo final é controlar o plasma, que é naturalmente instável, ao mesmo tempo garantindo que todos os componentes voltados para o plasma sejam capazes de suportar sua radiação sem apresentar mau funcionamento, sem derreter e, tão importante quanto, não poluir o próprio plasma.
A equipe agora partirá para repetir os testes em tempos mais curtos, eventualmente mantendo o plasma estável por várias horas, não continuamente, mas em "disparos" com pequenos intervalos. Outro objetivo será aumentar a temperatura do plasma.
"O WEST atingiu um novo marco tecnológico importante ao manter o plasma de hidrogênio por mais de vinte minutos por meio da injeção de 2 MW de potência de aquecimento. Os experimentos continuarão com potência aumentada," disse Anne-Isabelle Etienvre, diretora da Comissão Francesa de Energias Atômicas e Alternativas.
Por que fusão nuclear
A fusão nuclear é uma tecnologia com o objetivo final de controlar o plasma naturalmente instável e usá-lo para gerar eletricidade. Ela usa menos recursos e menos combustível do que a fissão, usada nos reatores nucleares atuais, e não produz tantos resíduos radioativos.
Das várias técnicas possíveis para gerar energia, a mais estudada é a fusão por confinamento magnético, onde o plasma é mantido no interior de um anel por um campo magnético intenso e aquecido até que os núcleos de hidrogênio se fundam, gerando enormes quantidades de calor. Como esse é o mesmo processo que ocorre nas estrelas, os pesquisadores gostam de chamar seus reatores de "sóis artificiais".
No entanto, dada a infraestrutura necessária para produzir essa energia em larga escala, é improvável que a tecnologia de fusão nuclear faça uma contribuição significativa para atingir emissões líquidas zero de carbono até 2050. Para isso, vários pontos de discórdia tecnológicos precisam ser superados, e a viabilidade econômica dessa forma de produção de energia ainda está por ser demonstrada.
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