Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/12/2018
Plasma de quarks e glúons
Físicos afirmam ter criado gotas da matéria que compôs o Universo primordial - segundo as teorias mais aceitas atualmente, o Universo era líquido logo após o Big Bang.
São minúsculas gotículas de matéria ultra-quente que preencheram o universo primitivo, antes que houvesse tempo e condições para a formação dos átomos.
Curiosamente, essa sopa de protomatéria, conhecida como plasma de quarks e glúons, apresentou-se em três formas e tamanhos distintos: círculos, elipses e triângulos.
O experimento, conhecido como PHENIX (Pioneering High Energy Nuclear Interaction eXperiment), usou um colisor de partículas no Laboratório Nacional Brookhaven, nos EUA, para recriar o plasma de quarks e glúons. Só que, em vez de fazerem isso forçando dois átomos a colidirem, os físicos colidiram pacotes de prótons e nêutrons, em diferentes combinações, com núcleos atômicos muito maiores.
Universo líquido
O resultado foi um tanto surpreendente por dois motivos: Primeiro, porque a maioria dos físicos supunha que prótons solitários não poderiam fornecer energia suficiente para produzir qualquer coisa que pudesse fluir como um líquido; e, segundo, se o líquido emergisse, as minúsculas gotículas resultantes deveriam manter sua forma.
Contudo, o que se viu foi que, controlando cuidadosamente as condições do experimento, é possível gerar gotículas de plasma de quarks e glúons que se expandem para formar três padrões geométricos diferentes.
Esse resultado, segundo a equipe, poderá ajudar os teóricos a explicar melhor como o plasma de quarks e glúons original do Universo esfriou em milissegundos, dando origem aos primeiros átomos.
"Nosso resultado experimental nos trouxe muito mais perto de responder à questão de qual é a menor quantidade de matéria inicial do Universo que pode existir," disse o professor Jamie Nagle, da Universidade do Colorado em Boulder, membro da Colaboração PHENIX.