Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/04/2018
Recorde de entrelaçamento quântico
Físicos alemães - universidades de Innsbruck, Vienna e Ulm - bateram com folga o recorde de entrelaçamento usado na computação quântica.
Eles conseguiram fazer com que 20 qubits - bits quânticos - ficassem intrinsecamente ligados, ainda que cada um deles pudesse ser individualmente controlado - em 2011, a mesma equipe havia entrelaçado 14 qubits.
Os pesquisadores atestaram o entrelaçamento genuíno de múltiplas partículas - os qubits são átomos de cálcio - entre todos os grupos vizinhos de três, quatro e cinco bits quânticos.
Eles só pararam quando os computadores não conseguiram mais processar as informações coletadas.
Entrelaçamento múltiplo
Fisicamente, partículas entrelaçadas - ou emaranhadas - não podem ser descritas como partículas individuais, com estados definidos, mas apenas como um sistema completo - tudo o que acontece com uma afeta instantaneamente a outra.
E fica particularmente difícil entender o entrelaçamento quando várias partículas estão envolvidas. O entrelaçamento genuíno de múltiplas partículas só pode ser entendido como uma propriedade do sistema global de todas as partículas envolvidas, e não pode ser explicado por uma combinação dos qubits que estão entrelaçados.
Outras equipes já haviam detectado o entrelaçamento entre um grande número de partículas usando átomos artificiais - gases ultrafrios conhecidos como condensados de Bose-Einstein -, mas a equipe alemã conseguiu endereçar e ler cada qubit individualmente, o que aponta para a utilidade da técnica em aplicações práticas.
"Nosso objetivo a médio prazo é atingir 50 partículas. Isso nos ajudará a resolver problemas que os melhores supercomputadores de hoje ainda não conseguem resolver," anunciou o professor Rainer Blatt.