Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/01/2012
Soro de leite
Os filmes plásticos usados para embalar e cobrir alimentos são feitos de polímeros petroquímicos, ou seja, são plásticos à base de petróleo.
Agora, pesquisadores alemães criaram uma alternativa que é mais barata, mais ambientalmente amigável e, segundo eles, totalmente sustentável.
Trata-se de um filme plástico transparente feito com soro do leite, um subproduto da fabricação de queijos e outros produtos lácteos.
Filmes para alimentos
Embora finos e transparentes, os filmes usados para proteger os alimentos são materiais multicamadas, cada uma com uma função específica.
Uma das mais importantes, responsável por minimizar a quantidade de oxigênio que chega até o produto - minimizando assim o risco de oxidação - é feita com o copolímero etileno vinil álcool, mais conhecido pela sigla EVOH, um material caro, produzido a partir do petróleo.
Markus Schmid e seus colegas do Instituto Fraunhofer substituíram as moléculas de EVOH por proteínas retiradas do soro do leite.
"Nós desenvolvemos uma formulação da proteína do soro de leite que pode ser usada como matéria-prima o filme de proteção. E nós também desenvolvemos um processo economicamente viável para fabricar filmes multifuncionais em escala industrial," diz Schmid.
Alimento protege alimento
Mas como é que o soro de leite, um material biológico e, portanto, sujeito à degradação, assim como qualquer outro produto alimentício, pode se transformar em uma barreira de proteção dos alimentos contra a deterioração?
O engenheiro não responde com todas as letras, mas explica que as proteínas do soro de leite foram purificadas e misturadas com aditivos, igualmente proteínas de origem biológica, até resultar em um material capaz de formar um filme.
"Todos esses aditivos são substâncias aprovadas [para contato com alimentos]," garante ele, acrescentando que o material está em processo de patenteamento.
O processo como um todo gera estruturas multicamadas com as funções de barreira de proteção à passagem de oxigênio - todas flexíveis e transparentes, exatamente como os filmes disponíveis no comércio hoje.
Segundo os pesquisadores, o processo está pronto para ir ao mercado, "exigindo modificações mínimas nas plantas das indústrias que se interessem em usar o novo processo."