Com informações da ESA - 23/05/2012
Quatro em um
A sonda espacial Proba-2, da Agência Espacial Europeia, estava em uma posição de fazer inveja aos astrônomos e amantes da observação dos céus.
O pequeno microssatélite conseguiu ver nada menos do que quatro eclipses parciais do Sol.
Circulando rapidamente em órbita da Terra, a sonda passou várias vezes pela sombra da Lua, a 700 quilômetros acima da Terra.
Proba-2 é um satélite de demonstração tecnológica, levando a bordo 17 instrumentos científicos, que estão sendo testados para uso em futuras missões espaciais.
Pixels negros
O eclipse solar permitiu que os cientistas aferissem o funcionamento de um desses instrumentos, o SWAP, que monitora o Sol na região do ultravioleta extremo.
Nestes comprimentos de onda, as zonas onde o disco lunar cobre o Sol devem aparecer negros.
No entanto, a dispersão da luz e o ruído do instrumento podem tornar os pixels menos escuros.
Assim, o eclipse solar ajudou os pesquisadores a determinarem o bom funcionamento de cada pixel individualmente.
Curvas de extinção
O LYRA - o segundo instrumento de observação do Sol do Proba-2, que mede a atividade solar - recolheu "curvas de extinção", obtidas enquanto a Lua obscurecia gradualmente o Sol.
O sinal tornou-se menos intenso durante o eclipse porque uma parte da radiação solar foi bloqueada pela Lua.
Mas a redução deste sinal e o seu aumento posterior não são simétricos. É que são as "regiões ativas" tempestuosas do Sol que mais contribuem para o sinal e estas regiões não estão distribuídas uniformemente ao longo do disco solar.
Dois outros instrumentos do microssatélite examinaram o "buraco" formado na ionosfera - a camada eletricamente ativa mais alta da atmosfera da Terra - pela sombra do eclipse.