Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/09/2024
Concentradores solares
Seja para ocupar menos espaço, seja para aproveitar todo o potencial de células solares mais eficientes, é comum o uso de concentradores solares, aparatos que concentram a luz do Sol sobre cada célula solar, como se fossem lupas muito precisas. Quanto mais "sóis" são concentrados na célula, mais eletricidade ela gera.
Uma classe muito promissora desses dispositivos é composta pelos concentradores solares luminescentes (CSL), que aumentam a captura de energia solar usando materiais luminescentes para converter e concentrar a luz solar nas células fotovoltaicas. Ao contrário dos concentradores tradicionais, que usam espelhos e lentes, os CSLs podem coletar luz difusa e têm sido usados em aplicações como fotovoltaicos integrados a edifícios, onde sua natureza semitransparente e colorida oferece benefícios estéticos.
No entanto, tem sido difícil tirar proveito delas nas grandes fazendas solares porque aumentar a escala dos CSLs tropeça em problemas como a autoabsorção dos fótons fotoluminescentes dentro do próprio dispositivo.
Agora, Hiroto Nishimura e colegas da Universidade Ritsumeikan, no Japão, estão propondo um modelo inovador de "CSL de folha", que promete superar essas limitações, aumentando a coleta e a transferência de luz para as células fotovoltaicas.
É mais um exemplo da biomimética, em que soluções desenvolvidas pela natureza servem de inspiração para tecnologias humanas.
Biomimética na energia solar
Imitar as folhas das plantas para criar novos concentradores solares luminescentes oferece várias vantagens, incluindo a modularidade e a redução do tamanho lateral dos módulos individuais, o que melhora a eficiência da coleta de fótons.
Por exemplo, reduzir o comprimento lateral de um CSL de folha quadrada, de 50 mm para 10 mm, aumentou significativamente a eficiência da coleta de fótons. O design modular também permite a fácil substituição de unidades danificadas e a integração de materiais luminescentes avançados à medida que novos materiais se tornam disponíveis.
E, para melhorar ainda mais a eficiência do sistema, os pesquisadores incorporaram técnicas dos CSLs tradicionais (planares), como espelhos nas bordas e estruturas em paralelo.
Os experimentos demonstraram que a eficiência óptica dessas estruturas semelhantes a folhas pode ser calculada analiticamente com base no espectro e na intensidade da luz incidente, usando uma técnica de excitação de ponto único.
Otimizar a coleta de luz nesses concentradores abre o caminho para soluções de energia solar mais flexíveis, escaláveis e adaptáveis para vários usos, de instalações em larga escala a sistemas integrados a casas e prédios.