Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/09/2008
Do que é feito o universo e como ele evolui? Nós estamos sozinhos no universo? Como as galáxias, estrelas e planetas se formam e evoluem? Quais são as leis da física em condições e dimensões galácticas?
Estas são algumas das questões mais fundamentais que ainda ocuparão gerações de cientistas, das mais diversas especialidades, que voltam sua atenção para os céus.
Rádio Universo
Enquanto os físicos se preparam para descobrir algumas respostas utilizando a observação do "muito pequeno" - em Setembro começa a operar o LHC, considerado o maior experimento científico da história - um grupo de astrônomos e astrofísicos europeus se prepara para começar a desvendar os segredos do "muito grande."
Embora os telescópios ópticos sejam importantíssimos, algumas questões somente podem ser estudadas por meio das ondas eletromagnéticas - nada mais do que ondas de rádio, que se espalham pelo universo a partir dos mais diversos corpos celestes. Detectar essas ondas é como sintonizar uma rádio que conta os segredos mais íntimos do universo desde a sua formação.
Maior radiotelescópio do mundo
Para isso, os cientistas querem construir o maior radiotelescópio do mundo, com um diâmetro que poderá atingir 1.000 quilômetros quadrados. Só que, em vez de um prato gigantesco, absolutamente irrealizável nessas dimensões, os cientistas estão propondo a utilização de pequenas antenas omnidirecionais, deixando para um supercomputador o trabalho de reunir e transformar as observações em um quadro único do céu.
As estruturas de aço e o equipamento de movimentação respondem por mais da metade do custo de um radiotelescópio tradicional - construído na forma de um prato metálico. E sua tecnologia não mudou muito desde os anos 1960.
Antenas omnidirecionais
Mas já existe tecnologia para fazer um sistema diferente. A prova é o sistema LOFAR (LOw Frequency ARray), um radiotelescópio construído na Holanda e que funciona com pequenas antenas dipolo omnidirecionais espalhadas por uma área de 100 quilômetros quadrados. Os cientistas agora querem aumentar essa área em 10 vezes.
Serão 2.500 antenas, como as da foto, espalhadas por uma enorme região da Europa, em uma disposição que lembra as linhas de um caracol. Os sinais eletrônicos das antenas são digitalizados, transportados para uma central de processamento e combinados por meio de software para emular uma antena convencional - veja mais em Rádio-telescópio gigante poderá tornar visível a Matéria Escura.
Nova categoria de radiotelescópio
O custo do radiotelescópio será concentrado quase totalmente no custo dos equipamentos eletrônicos e do supercomputador. Graças à Lei de Moore, os cientistas afirmam que será possível ampliar cada vez mais a potência do equipamento e construir radiotelescópios cada vez mais poderosos.
O Lofar é o primeiro radiotelescópio dessa nova categoria. Esta nova tecnologia de observação dos céus será essencial para que os instrumentos científicos possam saltar para um novo patamar de sensibilidade, necessário para descobrir os segredos da formação do universo, dos processos físicos que ocorrem no centro das galáxias e da formação de quasares, estrelas e planetas.