Da Terra a Marte em 90 dias

Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/09/2001

Um foguete de tecnologia atual, com combustível químico, levaria cerca de 8 meses para percorrer a distância entre a Terra e Marte. Mas, segundo o astronauta Franklin Chang-Diaz, da NASA, "já estamos considerando uma missão a Marte na ordem de 90 dias ou até menos."

A dramática redução de tempo baseia-se na utilização de plasma como combustível. O plasma é um gás eletricamente carregado, composto por átomos sem alguns de seus elétrons. O segredo está no aquecimento do plasma. É necessário aquecê-lo a altíssimas temperaturas para que ele proveja empuxo ao foguete. Essas são as boas notícias. As não tão boas se relacionam ao material que deve conter o plasma, ou seja, o tanque de combustível. Nenhum material resiste à matéria básica de que são feitas as estrelas. Mas como o plasma é um bom condutor elétrico, é possível guiá-lo e acelerá-lo com a utilização de campos magnéticos adequados. Veja a foto abaixo para o diagrama esquemático do motor de plasma.

Os estudos com esse motor começaram em 1.979. Agora, porém, os cientistas da NASA, em conjunto com a empresa MSE Technology Applications Inc., desenvolveram um modelo que simula o comportamento do plasma quando submetido a campos magnéticos. Os estudos poderão acrescentar novos dados aos conhecimentos dos cientistas e, eventualmente, levar finalmente à construção de um modelo real. A solução poderá estar no confinamento do plasma em campos magnéticos e não em recipientes tradicionais.

O motor de plasma não possui grande empuxo inicial. Mas ele acelera continuamente! Em uma viagem a Marte, ou a qualquer outro ponto, o foguete movido a plasma iria acelerar até a metade da viagem. Da metade em diante, ele seria invertido e começaria a frear a nave até que ela chegasse ao destino.

Os cientistas esperam produzir um modelo experimental até 2.004. As pesquisas devem acontecer de maneira rápida, já que a próxima janela de lançamento para Marte acontecerá em 2.018.