Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/05/2006
Os biólogos e bioengenheiros já possuem excelentes ferramentas informatizadas para prever como as células se organizam e se comportam. O problema surge quando eles têm que testar seus modelos 3D na prática: não é nada fácil estruturar as células de forma tridimensional - que é como elas se estruturam nos tecidos vivos.
Hoje, os cientistas colocam essas células em um gel, o que faz com elas se aglutinem em "esferóides". O problema é que, além de ser um processo lento, células que se comunicam por contato direto nem sempre ficam juntas nesse bolo celular, impedindo que os testes sejam feitos.
Agora, pesquisadores da universidade norte-americana MIT, desenvolveram uma técnica que, além de permitir a montagem em laboratório de estruturas celulares tridimensionais, muito parecidas com a forma como elas se estruturam na natureza, poderá permitir o crescimento de células para se enxertar em partes danificadas do corpo, por doenças, acidentes ou até pelo envelhecimento.
A nova técnica permite o controle preciso da organização celular, movendo cada célula por meio de eletricidade. E o processo leva apenas alguns minutos para ser completado.
O gel ainda é utilizado, mas no interior de uma microestrutura construída com a mesma técnica de fabricação dos chips de computador. O delicado biochip permite o posicionamento das células com uma precisão de 10 micrômetros, mais ou menos o diâmetro de uma célula.
Os cientistas já conseguiram construir conjuntos compostos por mais de 20.000 células, além de terem feito uma experiência na qual diversos tipos de células foram montados em camadas, imitando a estrutura dos tecidos no interior do corpo humano.