Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/11/2004
A pesquisadora Bianca Keeler, dos Laboratórios Sandia, Estados Unidos, criou um novo sistema de detecção de movimentos mil vezes mais sensível do que o mais avançado equipamento já produzido. O novo sensor torna os atuais sismógrafos equipamentos da Idade da Pedra.
O novo equipamento, relativamente simples, funciona com base em uma propriedade da luz que era desconhecida até agora: a luz difratada por redes muito pequenas que se movem por distâncias laterais muito curtas sofrem uma relativamente grande, e portanto mensurável, alteração na reflexão. Um movimento de apenas 10 nanômetros de distância pode ser visualizado a olho nu.
Fabricado de silício policristalino por técnicas-padrão de litografia, o novo sensor de movimento é formado por duas pequenas estruturas em forma de favos de mel, uma colocada sobre a outra. A estrutura inferior é fixa, enquanto a superior é presa unicamente por molas horizontais.
Qualquer minúsculo movimento faz com que a estrutura superior balance sobre a inferior, deformando lateralmente a grade. Uma pequena alteração na rede gera uma alteração inesperadamente grande na amplitude da luz de um pequeno feixe de laser que atravessa a grade.
Embora a nanotecnologia esteja buscando miniaturizar muitos componentes e equipamentos hoje maiores, esse novo sensor de movimento não funciona se não for construído no reino dos nanômetros. Seu funcionamento está na faixa dos 100 a 200 nanômetros, com a distância entre a estrutura inferior e a superior medindo 300 nanômetros.
Com a Dra Keeler está trabalhando o agora famoso criador da menor guitarra do mundo, Dustin Carr.
"Feitos pequenos, sincronizados e baratos, e espalhados por todo lado, nós poderemos coletar dados desses sensores de uma só vez e medir o movimento da Terra mesmo quando não estiver acontecendo um terremoto," afirma Carr.
Outro uso possível é o controle de tração de automóveis, detectando se a frente do carro está se movendo numa direção diferente da traseira.