Agência FAPESP - 08/06/2005
Um sensor que detecta má circulação sangüínea no estômago acaba de ser desenvolvido na Holanda. O autor do aparelho, Sebastiaan Herber, da Universidade de Twente, conseguiu obter um produto final de dimensões bem reduzidas, com 2,9 milímetros de comprimento.
Como o alto nível de dióxido de carbono no estômago é um indicador importante para saber se houve ou não uma isquemia gastrointestinal, foi exatamente a medida desse gás que o pesquisador holandês perseguiu, mesmo de forma indireta. Para isso, ele montou um hidrogel sensível às alterações de acidez (pH) do estômago acoplado a um microssensor de pressão.
Quando o gás flui pelo estômago e atinge a membrana permeável do aparelho, que esconde um reservatório com bicarbonato, tem início uma reação química que faz o pH cair. O hidrogel começa a se movimentar em resposta à reação química. Como o espaço é reduzido, o sensor consegue medir a pressão na região de forma precisa. No sentido oposto, se a concentração de carbono for pequena, os valores do pH aumentam, assim como a pressão interna do estômago diminui.
Segundo os primeiros testes, o sensor pode ser facilmente introduzido no estômago por um cateter a partir do orifício nasal. Os experimentos também mostraram que nenhuma parte do aparelho é destruída pelo suco gástrico, composto altamente ácido.
Detectar isquemias gastroinstestinais no início é importante, uma vez que essa disfunção orgânica pode acarretar várias conseqüências, como fortes dores durante a digestão e depois de atividades físicas severas. Naúsea e perda de peso em excesso também são registradas em pessoas com má circulação sangüínea nas paredes do estômago.