Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/02/2004
No futuro, os telefones celulares e as imagens de TV poderão ganhar muito em qualidade de som e imagem graças a minúsculas antenas, milhares de vezes mais finas do que um fio de cabelo humano. Pelo menos essas são as predições do pesquisador Bart Kosko, da Universidade Southern California (Estados Unidos).
Kosko e o estudante Ian Lee demonstraram pela primeira vez que minúsculas antenas, na forma de transistores de nanotubos de carbono, podem melhorar dramaticamente o processamento de sinais elétricos, um desenvolvimento que poderá abrir caminho para o aumento do desempenho dos produtos eletrônicos atuais.
A descoberta se soma a um crescente número de componentes eletrônicos reconstruídos à base de nanotubos de carbono, incluindo portas lógicas para computadores e diodos para grandes telas.
"Ninguém sabe exatamente como esses pequenos tubos funcionam ou mesmo se eles funcionarão em escala industrial, mas eles são surpreendentemente bons para detectar sinais elétricos," afirma Kosko. "Uma vez que descubramos todos os parâmetros que são necessários para configurá-los, tanto física quanto quimicamente, nós esperamos transformar esses tubos em diminutas mas poderosas antenas."
Se tudo caminhar como esperado, os nanotubos poderão começar a equipar produtos de consumo em cinco ou dez anos, prediz o cientista.
A descoberta fundamenta-se em uma teoria bem conhecida, embora contra-intuitiva, chamada "ressonância estocástica", que estabelece que os ruídos, ou sinais indesejados, podem melhorar a detecção de sinais elétricos extremamente fracos. Kosko descobriu como demonstrar que essa teoria pode ser aplicada em nano escala.
Em condições controladas de laboratório, o estudante Ian Lee gerou uma seqüência de sinais elétricos variando de fortes a fracos. Em combinação com esse ruído, os sinais foram então expostos a dispositivos com e sem nanotubos de carbono. Os sinais foram significativamente melhorados no conjunto equipado com os nanotubos.
Embora muitos testes ainda tenham que ser feitos antes que as estruturas possam ter aplicações práticas, os cientistas vêem um grande potencial para os nanotubos de carbono. Eles esperam conseguir ampliar a tecnologia de largura do espectro, uma técnica de processamento de sinais utilizada em telefones mais modernos que permite que os usuários alterem para diferentes canais a fim de conseguir melhor recepção.
Conjuntos de nanotubos também poderão processar dados de imagens em cada pixel, permitindo a melhoria das imagens de televisores. Em uma aplicação ainda mais futurística, os cientistas acreditam que os nanotubos têm potencial para agir como células nervosas artificiais, que poderão melhorar as sensações e os movimentos no caso de doenças ou acidentes que danifiquem os nervos.